Opinião – Até final do estio, a opção é de estilo

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Há hoje, na vida nacional, duas personagens principais, que todos nós conhecemos muito bem. A primeira é um viajante tão incansável, como inalcançáveis são os seus níveis de popularidade. A segunda é por enquanto menos popular, mas será por ser bastante mais novo.
Com o decorrer do tempo, e se continuar a ter a ventura que tem, sabe-se lá onde chegará o agora segundo, que o primeiro considera otimista irritante, desde que foi seu Professor, em certa Faculdade de Direito.
O Professor opina sobre tudo. Mas é mesmo sobre tudo! E sempre com a maior oportunidade e desenvoltura! Ao que lembramos, esta faceta tão peculiar de uma tão refulgente personalidade, é coisa tão antiga quanto o é a sua já proveta idade.
Idade que ainda não esmoreceu um opinativo tão repentista que um dia até disse que, nem que Cristo de novo descesse à Terra, seria o que foi logo depois! Cristo nem precisou de surgir, para haver tão súbita como radical inflexão de rumo, de quem tantos julgam ser o expoente das mais candentes, e mutáveis, mentes políticas lusíadas.
Já o otimista tem o dom quase divinal de se esquivar, mudo e quedo, e sempre com um seráfico sorriso nos lábios, a tudo o que for inquietante, ou possa beliscar minimamente os seus projetos de vida. Seja perante câmaras e microfones, seja no hemiciclo, este brilhante político é sempre capaz de fazer a quadratura do círculo.
Aliás, depois de ele por lá ter discorrido demoradamente, houve um programa televisivo de política, intriga e alguma maledicência, que mudou de nome. Mas tal otimista tem pontos fracos, que bem-parecida dama explora como ninguém; nem é coisa cristã, mas consegue que ele se erice tanto, que logo erga o tom de voz, e fale da cor da pele! Da dele, que a dela é tão clara como clara é a maviosa voz com que claramente já lidera a oposição!
Os restantes atores desta fantasiosa república, quase já não são mais que figurantes. Até o sisudo rio que em ano de tantas eleições e muitas secas, mais parece ser um riacho, do que o fogoso rio de que o nosso país tanto carece.
E apesar de o tempo começar a escassear para alterar condutas políticas, que, segundo diversas sondagens, não cativam o povo de todo, em 26 de maio, em que todo o povo deveria votar, mas é mais que certo que a abstenção ganhará as eleições por folgada maioria, então se verá se tão austero rio terá ou não condições para avultar, e conquistar o povo.
Mas nada do que acontecer inquietará aquele primeiro, que de pronto comentará o sucedido e alentará o povo, nem afligirá tal segundo, que seja qual for o resultado eleitoral, arranjará forma de dar volta ao mesmo, como fez anteriormente, para ganhar o que perdera nas urnas!
E como, para quem é tão otimista, tudo e todos servem, veremos o futuro uso que fará de bloquistas e centristas, se “venturistas e esperançosos” florescerão ou fenecerão logo ali, e se os saudosos de inóspitas estepes, que sempre olvidam terríficos arquipélagos de Gulag, serão úteis e subsistirão.
Depois, este país irá a banhos, e na calidez das noites rubras, oxalá os incêndios florestais não se ateiem de novo, e levem o que sobrou do último fogo. E se o primeiro voltar a falar do SIRESP e das vergonhas de Pedrógão, logo as astutas falas do segundo ocultarão tais verdades ao povo…
Na reentrada política, muito falarão ambos sobre duas ilhas idílicas e alguns “calhaus desertos” perdidos no Atlântico onde, em quase périplos realizados por perigosas ruelas e íngremes vielas, “cafôfistas e albuquerquistas” apelarão ao voto em 22 de setembro. E como a população local cresceu com quem fugiu da Venezuela (que morre de fome sem optar entre Maduro e Guaidó), a dúvida é saber se o último bastião laranja resiste, ou quantas famílias rosa regerão tal “jardim”.
É sempre cedo que surge o outono da vida! Em 6 de outubro deste ano, o país voltará a votar. Mas falta tanto tempo, que é prematuro opinar sobre o que um verão tórrido poderá vir a alterar.

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