Opinião: “Ou estamos unidos ou estamos perdidos”

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A frase em título é de António Guterres, constando da entrevista à France Presse sobre a 75.ª Assembleia-Geral da ONU, que hoje começa. Com ela, o secretário-geral das Nações Unidas expressa que o fracasso na contenção da propagação do coronavírus deve levar os países a mudarem de rumo, e que “devem agir juntos face à ameaça climática”, que é “muito mais grave do que a pandemia em si”, por ser “uma ameaça existencial para o planeta e para as nossas próprias vidas”, apelando a “verdadeiras medidas de transformação nos domínios da energia, transportes, agricultura, indústria, no nosso modo de vida, sem as quais estamos perdidos”.
Esta pandemia tem atrasado a luta contra as alterações climáticas, bastando recordar que a 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que relançaria o Acordo de Paris (abandonado há 3 anos pelos EUA, por má decisão de Trump) foi adiada para 2021.
Este Acordo pretende limitar o aumento da temperatura média mundial, de preferência até 1,5º Célsius, relativamente aos níveis anteriores à I Revolução Industrial, através de várias medidas que diminuam as emissões globais de gases com efeito de estufa, por se estimar que, para preservar a Terra, as mesmas devam diminuir, em média, e durante a próxima década, 7,6% por ano.
Já se sentem os efeitos nefastos das alterações climáticas, com realce para o degelo de glaciares, que provocarão inundações em zonas costeiras densamente povoadas.
E se 2019 foi o segundo ano mais quente, em 140 anos de registos da temperatura atmosférica, há quem garanta que a temperatura média global quebrará recordes mundiais no decurso do próximo quinquénio, agravando o risco de incêndio florestal, o que porá em causa diversos pulmões do nosso mundo.
Daí que Guterres tenha referido naquela entrevista que “para os próximos cinco anos, esperamos coisas absolutamente terríveis em matéria de tempestades, secas e outros impactos dramáticos nas condições de vida de muitas pessoas em todo o mundo”, e dito que “este é o momento de acordar”.
Entretanto, e apesar dos alertas de Al Gore, a humanidade hesita, e continua pendente das indefinições dos maiores poluidores: China, EUA, União Europeia, Rússia, Índia e Japão; mas todos os países, independentemente da sua dimensão, e do estado do seu desenvolvimento, terão de criar urgentemente, e cumprir escrupulosamente, medidas e metas que salvem o globo.
E se este desafio global é de todos, começa em cada um, porque, para ser eficaz, a mudança que há muito se impõe, terá de ser endogeneizada individualmente. Tal como o controle desta pandemia depende do cuidado pessoal na prevenção de contágios. Ninguém deve ficar à espera do que farão outros, antes fazer, e continuadamente, tudo o que puder, para ajudar a preservar a vida, e a salvar a humanidade.
O Papa Francisco, Gore, Guterres, e inumeráveis notáveis e cientistas, vêm alertando para o que urge fazer. Serão escutados por quem manda, a tempo de salvarmos a Terra?

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