Opinião: Caminhar para Fátima

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Morreram atropelados dezenas de peregrinos a caminho de Fátima nos últimos anos. Somente numa curva do IC2 entre Coimbra e Condeixa, em 2015, faleceram cinco mulheres. Mas nem assim as autoridades são capazes de se mobilizar para impedir mais fatalidades. Os peregrinos continuam a percorrer vias rodoviárias muito perigosas, como a IC2. Os veículos ligeiros e pesados passam a 90 km/h a centímetros de pessoas cansadas que caminham na berma da estrada durante horas. Um perigo para uns e para outros. Não seria possível desviar as pessoas do IC2 e encaminhá-las por estradas e caminhos mais seguros? Onde está a Proteção Civil?
Ao contrário do que se passa com os caminhos de Santiago, trilhos fora das grandes vias rodoviárias, onde o peregrino percorre paisagens bucólicas, em paz e silêncio, o atual “caminho para Fátima” é um inferno de ruído, trânsito e poluição.
Há necessidade de levar os peregrinos a usar os caminhos escolhidos são de terra batida e as pequenas estradas rurais com pouco trânsito. É preciso sinalizar bem os caminhos indicando a direção de Fátima, e criar lugares para pernoitar, tomar refeições, e obter assistência. Estamos a perder uma oportunidade de desenvolvimento e de criação de um atrativo turístico com os “Caminhos de Fátima”.
Isto talvez porque o país continua a desprezar quem anda a pé. As Câmaras Municipais apregoam a “mobilidade suave”, mas na prática não cumprem com as promessas, ignorando nas suas obras a segurança e conforto do peão.

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