Com a corrosão do civismo surgem e aumentam os incêndios.
– Os incêndios podem ser ocasionados por:
– Criminosos
– Descuido
– Inocentes
Criminosos: em regra são focos múltiplos, devoram grandes extensões e os agentes são os próprios incendiários ou foram corrompidos para os atear; pelo que deles tiram proveito, material ou por vingança ou inveja.
Uns e outros são psicopatas. Isto é, não têm dor moral, mas têm dor física! Não se escondam atrás do inimputável; só se curam ou arrependem através da dor física e a modalidade mais proveitosa é o trabalho forçado ou, em sua substituição, o arrasto de bens, se o tem, até pagar os prejuízos causados. Será a própria família a vigiá-lo e a fazer a prevenção. Os incêndios criminosos despertaram logo após o 25 de Abril, sendo então noticiada a suspeição de que eram desencadeados através de aviões por bombas incendiárias.
– Os descuidos nas cidades e no meio rural – a instalação eléctrica envelhecida, curtos circuitos, a botija de gás, a fuga de que não se cuidou.
– Os inocentes: as crianças que embora se lhe tenham feito todas as recomendações acendem um fósforo, ardem papéis… chamas… propaga-se, incêndio localizado. Recomenda-se que além da água haja uma botija carregada com espuma para os apagar.
– Os descuidos: tinha aí sete anos quando acordo com o toque da igreja a rebate, abro a porta, estou na varanda, vejo um palheiro da minha avó a arder, o meu pai numa das paredes laterais com um machado, o sr. Carrocho na parede oposta a tentarem cortar as traves e um cordão humano passando de mão em mão em cântaros e remeias, da fonte e quem estava nas paredes a despejá-los.
O telhado afundou-se, o fogo apagou-se. Se fosse hoje tinham ardido os palheiros do lado e talvez se tivesse até propagado à igreja.
Hoje teriam ardido com e sem bombeiros, puseram água canalizada, acabaram com a fonte e até a rega. Grandes peritos, não respeitam a sabedoria do passado!
Porque é que isto aconteceu? Estava lá abrigado um mendigo a quem a minha avó tinha dado os ingredientes para fazer um caldo bem nutriente e apetitoso. Aconteceu! Descuido!
– Incêndio no edifício da ACM – Associação Cristã da Mocidade. Fumo, telefonemas, bombeiros que acorrem atempadamente. Há falta de água nas bocas de incêndio.
Responsável, a câmara. Nada de Simplex nas obras. Impediu-se que se fizesse eco da sua responsabilidade e dela não tivemos a mínima compreensão – realex.
– Incêndio na Serra de Bornes. Acorrem os bombeiros, mas uma equipa para na estrada para onde se dirigia o incêndio; outra onde eclodira próximo da aldeia Vales da Vilariça. Não apagam o fogo, nem tentam. Comunicam entre si, aqui Alfa 1, aqui Alfa 2, para onde é que se dirige o incêndio? O incêndio chegou à estrada que se dirigia para Sambada, apagou-o a estrada.
Árvores como os sobreiros vieram a ter folhas e cortiça. Uma interrogação: que árvores plantar? Quando o incêndio passou junto duma horta onde se encontrava o dono, este comentou: “se tivesse mais alguém para ajudar tínhamo-lo apagado”.
Conclusão: o povo deverá ser os primeiros bombeiros. Como no passado, devem estar na primeira linha; são os primeiros a estar presentes, donde devem ter um curso de como apagar e lidar com os incêndios…!
– Incêndio na Serra do Sendim, este manifestamente criminoso. Vêm em socorro dos bombeiros, um helicóptero. Havia água próxima, mas iam encher o balde à barragem. Despejam uma dúzia de baldes, estava a anoitecer, estava a faltar-lhes a gasolina, partem e não voltaram. Ardeu tudo!.
Não muito tempo depois, novo incêndio. As folhas dos sobreiros a arder em dia quente de verão, ultrapassam a estrada e incendiam na margem oposta. Os bombeiros acorrem e só protegeram uma capela.
Como resolver os problemas dos incêndios que só se expandiram após o 25 de Abril?
1 – Treino da população, como noutros tempos ocorria;
2 – barragens ou charcas para recolha de água
3 – Penalizações pesadas para os incendiários dos incêndios criminosos;
4 – Faixas de proteção contra a expansão do incêndio;
5 – Árvores a plantar. Árvores que o incêndio não mate como o sobreiro, o carvalho… pinheiros do Norte da Europa.