Opinião – Ministro novo, Ministério renovado

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Luís Santarino

Luís Santarino

 

A prática desportiva está em sérias dificuldades. Não porque os jovens não queiram praticar uma modalidade desportiva, mas porque a enorme pressão exercida pelos pais e encarregados de educação para “tirarem” boas notas é enorme.
Naturalmente que, para quem nunca praticou desporto, o que é o caso de muitos pais, é natural que pensem que os treinos e os jogos retiram tempo de estudo.
Nada mais errado. Nada mais primário.
A prática desportiva assume uma importância decisiva no comportamento futuro dos nossos jovens. Além disso, a obesidade infantil começa a ser um caso de saúde pública, uma chaga que pode afectar milhares de jovens. Aliás, já afeta mais de 40% da nossa juventude, o que é verdadeiramente alarmante.
A prática desportiva não retira nem valor nem valores aos nossos jovens. Pelo contrário, acrescenta-lhes valor e valores.
Até poderá parecer que estou a dar alguma novidade. Mas não. Basta olhar para as grandes potências desportivas mundiais para perceber que prática desportiva e estudos andam de mãos dadas.
Nós, os “mais piquenos dos piquenos”, achamos que deveremos fazer o contrário e assumir a diferença, ainda que medíocre! É da vida. É o que temos. Mas vamos, com alguma tenacidade, e até legitimidade, mudar!
Quem nunca praticou desporto, não sabe que uma das fases mais importantes do treino seja de que modalidade for, é a recuperação após cada exercício. Ora, transportando esse facto para a escola, significa que, após um dia inteirinho de aulas é necessário ao nosso jovem recuperar desse enorme esforço.
Retirá-lo do exercício físico e “transportá-lo” imediatamente a seguir às aulas para uma explicação do que é que quer que seja é o pior que se está a fazer a um jovem. É uma pressão enorme que se lhe coloca nos ombros, a qual nem sempre ou quase nunca é correspondida por notas brilhantes.
Temos pessoas que não autorizam os filhos a treinar dois ou três dias antes de um teste e nem jogar ao fim de semana. É um absurdo!
Temos um Ministro da Educação jovem que, previsivelmente, vai mudar tudo ou quase tudo na política de educação. De imediato a estupidez de as melhores notas corresponderem ao curso de medicina. É que nem sempre quem tem as melhores notas tem “jeito” para a coisa! A ver vamos!
A Secretaria de Estado do Desporto estar dependente do Ministério da Educação poderá ser bom, mas a experiência anterior não foi lá grande coisa! No entanto, entendo que uma nova política desportiva poderá ser implementada, nomeadamente no reforço do desporto escolar e na importância das federações e associações desportivas.
Espero que a juventude do nosso Ministro da Educação lhe dê ânimo e sagacidade para não se deixar envolver nas teias e armadilhas que alguns lhe irão colocar.
A baixa de jovens a praticar desporto é alarmante e há que encontrar soluções para corrigir tal evidência.

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