Opinião – Há uma idade para tudo… até para ser inteligente

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Luís Santarino

Luís Santarino

Olhamos ao nosso redor, como poderia ser à nossa volta. Nenhum de nós resiste a olhar para trás, imaginar o que poderíamos ter sido, no que nos tornámos ou, mais propriamente, no que a sociedade nos obrigou a ser. Inconscientemente. Totalmente. Porque há uma idade para tudo. Até para ser inteligente. Até para ter juízo.

Vimos partir Amigos, mesmo do peito, daqueles que sentiam tanto como cada um de nós o que nos ia na alma. Vimos partir também muitos não amigos, daqueles a quem a dor alheia lhes é completamente indiferente. Mas também vimos partir inimigos, daqueles para quem, o mal dos outros era o seu bem supremo.

Felizmente, sempre felizmente, continuamos a ter Amigos, aturamos os não muito amigos, e despachamos para o “canto das baratas” os nossos inimigos. Cá por mim, alimento-os todos os dias!

Não, o inteligente não lhes quer mal. Pelo contrário. Que tenham muita saudinha. Porque se assim não fora, a quem poderíamos chatear todos os dias?
Hoje mesmo, enquanto escrevo, e amanhã enquanto farão o favor de me ler, estão alguns a morder-me nas canelas, outros a beber aguardente de medronho para esquecer que me conhecem e outros a cerrar os dentes. Sim. A cerrar os dentes, como que a querer dar o maior “galo do mundo”! Mas não conseguem. Muitos de nós não temos azar. Parece que somos o azar!

Mas é porreirinho assim. Conheço muitos como eu. Mas também conheço outros que, nunca “tendo galo”, andam sempre com ele.

Há gente para quem a vida é Mãe e para outros Madrasta. Ainda que hajam muitas Madrastas que são Mães.

As coisas, leia-se a sorte, caiem-lhes no prato da sopa de letras, com a mesma facilidade com que o menino pequenino tem de superar a vida a tomar “óleo de fígado de bacalhau”!

Crescem, por vezes nem muito, “arranjam-se”, apanham-se no lugar e, “azar dos cabrais”, passaram do estilo simpático por vezes patético, para o estilo arrogante e mal-educado.

Aprofundando esse sistema doentio, acham que todos lhes querem mal, são mais rápidos que o “Lucky Luck” – o cowboy mais rápido do que a sombra – e desatam aos tiros a “tudo o que mexe”! Normalmente não são determinados mas teimosos, o que obriga que uma névoa lhes transcorra pelo cérebro, e lhes transforme uma potencial boa ideia, numa outra, daquelas que são a consequência de terem o “intestino grosso ligado ao cérebro”!

Mas quando uma dessas é exceção, vá que não vá; o problema é quando a regra faz de regra e a excepção…é mentira!

Há gente a quem os amigos e a sociedade “forneceu” tudo…menos inteligência. Ter-lhes-ão dito, mais ou menos assim: “andem rapazes e façam-se gente capaz”! Até me ia enganando e quase que escrevia “capataz!

Pois é. Quando alguém se senta numa cadeira a olhar para o infinito, e só espera que o espelho se torne grande, cada vez maior, sem notar que a coisa que mais mina a inteligência é o vício; quando assim é, o que deveria ser o homem do leme, da síntese, torna-se mais pequeno do que o mais pequeno…pequenito! Nem magro nem gordo, mas gordito, dizem os espanhóis!

Há muita gente incapaz, a quem uns tolos um dia estenderam uma passadeira vermelha, para se alcandorarem a um espaço que por direito próprio nunca seria seu, mas que a oportunidade bafejou com a sorte.

Estes, os tais, não conseguem separar o trigo do joio, acham que têm sempre razão, e refugiam-se em minudências para ocultar a sua incapacidade.
Em pouco mais de 3000 caracteres parece-me ter dito tudo. … e o mundo é tão largo!

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