Opinião – Fora de jogo

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PAULO VALÉRIOPaulo Valério

Saber se os políticos são bem ou mal pagos não é a discussão. Na verdade, estou longe dessa ideia de que os políticos sejam uma massa uniforme e cinzenta, que pode ser tratada toda por igual. Como não podem, deixem que vos diga, os advogados, os médicos, os operários ou os artistas.

Se eu fosse empresário, não convidaria certos políticos para moços de recados e, se o fizesse, pagar-lhes-ia o salário mínimo, por mera imposição legal. Mas sim, não me importaria de fazer recados a alguns outros, que são pessoas honestas, competentes e cultas, seja qual for a cadeira em que se sentem.

A discussão é sempre errada quando assenta em generalizações. Embora compreenda que assim seja, por vezes. As pessoas, vergadas pela crise, estão cansadas de pagar com o seu sacrifício e das suas famílias a inépcia de muitos dos seus representantes.

Mas convenhamos, se o moço de recados não presta, a solução é despedi-lo, não é baixar-lhe o ordenado. Para a seguir contratar outro, que esteja à altura da missão e que até poderá ganhar mais do que o primeiro.

Para os políticos corruptos, a discussão sobre o seu vencimento nunca será um problema, uma vez que essa não é a sua principal fonte rendimentos. Já para aqueles que continuam a arriscar a sua carreira profissional, o seu bom-nome e o das suas famílias, num ambiente político cada vez mais mesquinho e perverso, esse é o tema que os colocará, definitivamente, fora de jogo.

 

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