Eu, deputado – Absinto-Laranja

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RUI DUARTE

Rui Duarte

Em 1912, o consumo de absinto em França era tão elevado que a hora do consumo da “fada verde” foi apelidado de hora verde – entre 17H00 e 19H00. Amanhã, entre as 15H00 e as 18H00, teremos uma espécie de hora verde no parlamento com a discussão da Moção de Censura ao Governo apresentada pelo Partido Ecologista Os Verdes.

Passadas duas semanas da (ir)revogável desagregação da coligação PSD/CDS, passadas duas semanas da “desgasparização” da receita ideológica da direita, nada melhor que uma “moção de confiança” no Parlamento para o governo engrossar com vacuidades, o seu sentido de (in)utilidade ao país. O mais caricato desta crise política, além de sabermos que o sonho hegemónico da direita tem pés de barro e estão partidos, é o posicionamento sempre (in)oportuno da esquerda sectária que não perde uma oportunidade para se consumir no combate à esquerda democrática, em vez de combater a direita obcecada, mesmo que esta esteja em fase terminal.

Foi em virtude do seu efeito alucinogénio e por estar historicamente correlacionado a “alucinações geniais” de artistas parisienses que o absinto ganhou o pseudónimo popular de “Fada Verde”. Em Coimbra, tal como noutras esferas onde esta aproximação ideológica também é consistente, o entendimento de poder entre o PSD e a CDU é habitualmente apelidado de vodka-laranja.

Neste caso, e porque estamos perante uma iniciativa de misericórdia política da “Fada Verde” do PCP, ainda que sem efeitos de “alucinação genial”, é mais honesto, apropriado e respeitoso chamar-lhe Absinto-laranja.

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