WebSummit 2025: presente e futuro
A edição deste ano, marcou os 10 anos de Web Summit em Portugal… Em 2016, seria difícil imaginar a visibilidade e o impacto que este evento teria no nosso país.
O evento impressiona por diversos motivos: a imensidão dos pavilhões, a quantidade de palestras, os oradores de renome, os milhares de participantes. Nesta edição bateram-se recordes: 71.386 participantes de 157 países e 1.857 investidores de 86 países. Mas as verdadeiras estrelas foram as 2.725 startups em exibição. Paddy Cosgrave, fundador e CEO, disse em conferência de imprensa que, segundo a Crunchbase, “duzentas das startups em fase inicial do ano passado conseguiram levantar rondas iniciais de quase 750 milhões €”. Considerou que esta edição foi “a melhor de sempre” pois teve o maior número de delegaçõe (268 de 82 países), novos palcos como o New Media e o China Summit, uma área inteiramente dedicada ao país asiático.
A energia e criatividade das startups “movem” o evento. Move-nos a curiosidade de encontrar novas soluções, e tentar adivinhar o futuro. Este ano foi impossível escapar à inteligência artificial e aos múltiplos agentes para tantas tarefas. Dei por mim a questionar-me se poderemos ultrapassar o “hype” em torno da IA? Ou será que a I.A. vai mesmo gerir o mundo? Estas questões são bastante complexas, mesmo para os mais experientes em tecnologia…. Acredito que manter a empatia centrada no ser humano é fundamental nas discussões sobre a ética e o limites da I.A.
E é nessas discussões nos corredores que o impacto do evento se manifesta: em cada interação humana. A cada encontro, seja com uma nova ligação ou um velho conhecido, gera-se uma energia diferente: seja numa apresentação a um investidor ou numa conversa informal. Esta é a energia única que o Web Summit proporciona…. Conheci fundadores, engenheiros, sonhadores com diferentes origens, diferentes percursos… mas todos partilham a mesma chama para construir e gerar mudança. Até os alunos mais novos me lembraram porque é que, no Instituto Pedro Nunes, tudo o que fazemos é focado nos empreendedores: eles personificam o futuro!
O IPN voltou a estar presente com um espaço próprio e com várias startups a merecerem destaque. Esta presença reforça o papel do ecossistema de Coimbra no contexto nacional e a sua forte pegada internacional. A maturidade das empresas tecnológicas consolidadas na cidade, conjugada com a energias das centenas de empreendedores, a projeção de eventos como Startup Capital Summit e o comprometimento de entidades como o Município, a CIM, a Universidade e o IPN, fazem-nos lançar o desafio de uma presença conjunta, mais robusta e com maior visibilidade. Nos últimos anos tenho assistido a um trabalho conjunto muito forte e com bons frutos. Acredito que um alinhamento para presença conjunta no edição de 2026 pode criar um momento importante, que permita dar maior visibilidade às startups da região e atrair ainda mais talento nacional e internacional.

