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Opinião: Uma reflexão simples, da existência da humanidade no século XXI

14 de fevereiro às 09h00
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A humanidade tem cada vez mais acesso a novas tecnologias, que de certo modo poderão simplificar, auxiliar e até resolver determinadas questões da existência, de comuns mortais como nós!
Porém, seria uma utopia se não houvesse pobreza, dor, sofrimento, onde não faltasse pão na mesa de tantas famílias. Vive-se numa correria louca, à procura de soluções, reinventando o dia a dia. Todavia as incertezas, a falta de estabilidade, são de uma maneira geral desgastantes e desmoralizam de certo modo também.
A destruição provocada por guerras sem sentido, cataclismos, fenómenos meteorológicos extremos, que cada vez mais percetíveis e desoladores; ondas de calor, em que temperaturas atingem valores anormais, a falta de água, a seca e todo um conjunto de dinâmicas, que são o rastilho para incêndios, cada vez mais devastadores.
Tantos outros fenómenos, como tempestades de diversa ordem; furacões, sismos, tempestades elétricas, são cada vez mais intensos, frequentes e descontrolados. Ainda invernos em que a água da chuva cai em catadupas, amontoando-se em rios, destruindo tudo à sua passagem, ou locais em que a neve, torna insuportável a vida diária e normal.
A realidade lamentável, é que todos estes fenómenos, de algum modo matam! Matam pessoas fisicamente e na sua mais cabal integridade. Lamentavelmente o ser humano, poderá ser o principal responsável.
No entanto, e quem de direito, repensará a nível global, em salvar o planeta! Relembrando, no entanto, que cada um terá de igual modo, um papel fundamental. Surpreendentemente cada individuo, possuiu uma capacidade estrondosa de resistir, sobreviver!
Com toda esta conjetura, não posso deixar de me lembrar diariamente e especialmente dos mais desprotegidos e que continuam a ser certamente os mais assolados…os idosos! Aqueles que o tempo transformou de algum modo a beleza do corpo, tão fragilizados, cabelos brancos, pele enrugada pelo peso dos anos, dificuldade nos movimentos e reflexos, são uma realidade. É, pois, esta fragilidade que vemos em tantos dos nossos idosos, com uma saúde débil, resignados! Alguns tão isolados e enraizados ao local, que os viu nascer, crescer e viver o resto das suas vidas. Outros, porém, sentem-se aprisionados em lares, resignados talvez no final das suas vidas, esperando a visita de algum familiar mais próximo, ou de algum momento de liberdade, como uma visita à casa, que é sua, ou que algum dia foi sua…
Todas estas resignações ou até frustrações na meta final da vida são preocupantes, tanto mais verem-se agora muitas das vezes, em diversos locais, sem acesso à assistência médica de proximidade.
Sim, aqueles cuidados, atenção, e até de certo modo uma amizade saudável, um criar de laços quase familiares, gerados ao longos dos anos, entre médico e paciente. Factos que as novas tecnologias querem inverter, mas que nada substituirá aquela troca de palavras, de olhares, que aqueles experienciam na realidade. Ainda me atreveria a pensar que o tempo permite sublimar essas vivências, o significado da gratidão, da proximidade, e ainda como tornar os dias dos idosos mais felizes, mais sustentáveis.
Tornarmo-nos numa humanidade, onde as “intempéries dos tempos”, as mudanças, adaptações, fossem atenuadas pela presença, partilha e essencialmente por qualquer tipo de proximidade. Onde não nos esvaziássemos do essencial, não nos distraíssemos dos nossos idosos, construindo uma sociedade mais justa, onde não se adiassem palavras de conforto, gestos de ternura, sorrisos de incentivo, onde cada idoso sentisse, que a etapa da idade, a de envelhecer, fosse uma aprendizagem salutar, de gratidão à vida e jamais de resignação, construindo assim um futuro onde cada um de nós, gostasse de percorrer, envelhecer e fosse de adaptação às mudanças.

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