Opinião: Dia mundial do Médico de Família
Este domingo, dia 19 de Maio, celebramos o Dia Mundial do Médico de Família!
Saído das comemorações organizadas pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, permitam-me umas pequenas palavras sobre este dia especial, destacando a importância crucial dos Médicos de Família na prestação de cuidados de saúde de elevada qualidade, contínuos e de proximidade.
Sem Medicina Geral e Familiar (MGF) não existiria Serviço Nacional de Saúde (SNS). Também estou certo de que sem SNS, não existiria MGF em Portugal como em tantos países europeus.
Em Coimbra, acreditamos que a construção da Unidade Local de Saúde (ULS) depende da valorização e reconhecimento da Medicina Geral e Familiar. Por isso, temos trabalhado nos últimos meses para:
– Garantir a Abertura do Centro de Saúde da Fernão Magalhães
– Constituição das seis Comunidades de Saúde: permitindo descentralizar a gestão e permitir um modelo de governação clínica e operacional autónoma com a direção de um médico de família. Nestas comunidades iremos promover MCDTs em proximidade.
– Constituição de fundo de maneio para as USF: previsto legalmente há mais de quinze anos mas nunca implementado.
– Fim dos pedidos de transcrição de exames: estamos a estudar formas de disponibilizar MCDTs em proximidade de acesso direto ao ambulatório hospitalar, garantindo melhor acesso aos doentes e evitando a sobrecarga sobre os médicos de família. Em julho será testada solução entre os HUC/HG/HP e o Hospital Arcebispo João Crisóstomo.
– Promover a atração e retenção de recém-especialistas: Aplicação de um modelo coerente de incentivos acordados com os municípios e a anunciar brevemente.
– Promover e qualificar a presença dos alunos de medicina nos CSP. Um grupo de trabalho está a trabalhar na melhoria das condições de ensino incluindo um médico de família. Adicionalmente, é necessário garantir mais tempo dedicado à MGF durante o mestrado integrado em medicina.
– Promoção da investigação clínica. O CAC Coimbra e a ULS de Coimbra estão fortemente empenhados no desenvolvimento de investigação clínica para além dos hospitais, envolvendo a rede de cuidados de saúde primários.
– Formação contínua de pelo menos 40 horas por ano. Garantimos formação profissional a todos os trabalhadores com o desenvolvimento de cursos dedicados à MGF.
– Acesso a evidência clínica: Através do acesso a revistas e artigos de revisão únicos no contexto nacional.
– Constituição de percursos clínicos integrados: Com preponderância do papel da MGF, aprovados e em fase de implementação: diabetes, insuficiência cardíaca e doenças crónicas respiratórias.
– Teleconsultoria, promovendo a aproximação entre a MGF e as especialidades hospitalares: Através de agendamento por especialidade hospitalar. Em preparação.
– Automatização do rastreio do cancro do cólon e reto e referenciação: Até ao final do ano, com progressivo alargamento a outros rastreios oncológicos.
– Investimentos de 40 milhões de euros nos centros de saúde até 2026 através do PRR.
Estou bem ciente dos problemas e das dificuldades que enfrentamos, Mas também sei que muito mais conseguiremos juntos.
Em conjunto iremos construir um sistema integrado, centrado nas pessoas, que promova a saúde e o bem-estar da nossa comunidade.
A todos os nossos Médicos de Família: muito obrigada! Juntos, como equipa, conseguiremos ser a unidade de saúde portuguesa com melhor serviço ao cidadão, inovação na prestação de cuidados e satisfação profissional.