Opinião: Comemorar o Dia da Europa
Em 1950, cinco anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, as nações europeias continuavam a enfrentar a devastação causada pelo conflito. Determinados a evitar que se repetisse uma guerra semelhante, alguns governos europeus decidiram iniciar um processo de cooperação ao nível da produção de aço e carvão.
A partilha dos interesses económicos poderia contribuir para melhorar o nível de vida e constituir o primeiro passo para uma Europa mais unida, evitando-se assim novos períodos de guerra no continente europeu, sobretudo entre a França e Alemanha devido ao seu contexto histórico de rivalidade.
Propôs-se assim a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) com vista a instituir um mercado comum do carvão e do aço entre os países fundadores (França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Bélgica e Luxemburgo), sendo esta a origem de uma série de instituições europeias supranacionais que deram origem à atual União Europeia.
Volvidos mais de 70 anos, a cooperação europeia evoluiu consideravelmente, originando novos projectos de colaboração que envolvem um conjunto ainda mais alargado de países. Entre o estabelecimento do mercado único europeu, a criação de uma moeda comum (Euro), acordos comerciais negociados em bloco, políticas de coesão económica, social e territorial que beneficiam as populações e regiões mais desfavorecidas ou um vasto conjunto de competências partilhadas por exemplo nas áreas da concorrência, agricultura ou pescas, a Europa tem evoluído drasticamente num curto espaço de tempo.
Importa assim celebrar a Europa como um projecto de paz e cooperação, um projecto todavia inacabado que importa aprofundar para melhorar a qualidade de vida das nossas populações enquanto se reduzem desigualdades económicas e sociais. Um projecto em que todos devem estar envolvidos e participar activamente, pois o futuro de todos nós depende da Europa que pretendemos construir.
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