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Opinião: Banir as redes sociais a menores: tirania ou solução?

07 de dezembro às 11h00
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A Austrália aprovou uma lei pioneira que proíbe o acesso de menores de 16 anos às redes sociais, gerando controvérsia e opiniões contrastantes.

Críticos consideram a lei draconiana, defendendo que cabe aos pais decidir o que é melhor para os filhos e que a proibição é impraticável. Contudo, a aprovação da lei não me surpreende, pois a Austrália é um “nanny state”, onde leis rigorosas são comuns para proteger a sociedade, como no consumo de álcool. Alías, governo e oposição apoiam a medida.

Os defensores entendem que os prós ultrapassam os contras: estudos indicam que adolescentes com maior exposição às redes sociais têm maior risco de sofrer de ansiedade e depressão (por clarificar se é correlação ou causalidade) e de bullying. Além da exposição a conteúdos impróprios, como violência e pornografia e pressões sociais ligadas à imagem. Finalmente, há o risco de afetar o desenvolvimento cerebral – um estudo recente da Nature indica potencial benefícios em jogar jogos de vídeos, mas malefícios em usar redes sociais.

Contudo, os desafios são muitos. As empresas têm 12 meses para implementar soluções, mas isso pode exigir o uso de dados pessoais sensíveis, como passaporte, ou reconhecimento facial usando inteligência artificial, colocando em risco a privacidade e segurança dos utilizadores.

Além disso, existe o perigo de as crianças recorrerem à dark web, agravando o problema, ou de os mais vulneráveis ficarem ainda mais isolados e excluídos da sociedade e desenvolvimento global.

O resultado, só o tempo o dirá, mas o primeiro passo está na direção certa porque protege as crianças e tira dos pais e educadores uma missão impossível. Daqui a 10 anos veremos deixar crianças aceder a redes sociais, como hoje vemos deixar crianças fumar. No final de contas, todos fomos crianças sem redes sociais e sobrevivemos.

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