Opinião – Assuntos controversos para não variar

1 – O Manecas foi bombeiro entre 1978 e 1991. Foi bombeiro profissional com subsídio de risco, e foi compensado pela profissão de grande desgaste.
Reformado aos 53 anos, exausto de tanta bebida e tabaco, alcançou a reforma de 1750 euros líquidos ao valor de hoje.
Vive entre consultas de saúde que são de graça e está vivo graças a um serviço nacional de saúde que não poupa, para o defender e proteger.
O Manecas fez a quarta classe e entrou para bombeiro aos 23 anos. Antes andou nas obras, onde começou o ofício de ajudante de pedreiro aos 15 anos.
Em 2024 engenheiros, médicos, enfermeiros, e muitos outros profissionais nunca verão na sua reforma uma quantia de 1750 euros líquidos.
Em muitos casos nem ilíquidos. O Manecas, que por acaso era alcoólico, fumador e um burgesso, acredita no estado social, vota sempre à esquerda e
não tem dúvidas da sua condição privilegiada. Elogiou os seus benefícios durante o pouco tempo que nos conhecemos.
O Dr não sei se terá uma reforma como a minha – disse! O mundo mudou mesmo muito nas últimas décadas, e é preciso analisar os porquês.
2 – Não conheço nenhum fã do futebol chinês nem do indiano. Não conheço fanáticos de camisolas de clubes da ásia e nem de jogadores
vindos desses dois países colossais em população. Lembro o Paulo Futre a falar nos charters para Alvalade, se comprassem jogadores chineses.
Talvez tenha razão mais lá para a frente. O investimento nacional em futebol é desproporcional à riqueza do país. Somos dez milhões e exportamos técnicos de bola,
jogadores de futebol, massagistas nesta disciplina, talentosos psicólogos da área. Podemos rentabilizar a China e a Índia
e talvez desse modo voltar aos tempos do Manecas bombeiro, que trabalhou muito menos do que esteve reformado, e pagou muito menos do que recebeu.
É minha convicção que o Mendes deve chegar a primeiro ministro e transformar este Portugal num império do futebol. Portugal do 5º Império,
não é o de Unamuno, nem de Pessoa, nem o sonho de Antero de Quental, este é o tempo das bolas, o tempo dos pontapés e das correrias.
Não é na cultura, nem na ciência. O Portugal dos Manecas é o do futebol. Só assim teremos Manecas livres, teremos gente feliz com ou sem álcool e tabaco.
Em força para a Índia e a China, vamos engrandecer Portugal.