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Opinião: A “Singularidade” não é o fim da história…

06 de fevereiro às 10h18
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Por Singularidade, queremos significar a chegada de uma era em que as inovações se sucedem de forma ininterrupta, tornando mais difícil a sua interpretação e análise para um entendimento sobre como melhor extrair e colher benefícios económicos, societais e ambientais.

A interiorização de novos termos e outros significados, é um momento importante para a compreensão futura sobre implicações e efeitos das novas linguagens. Vale pois, fazer alguma retrospetiva sobre a origem e popularidade da “Singularidade”.

Há já trinta anos, Ray Kurzweil (engenheiro, inventor e futurista) descreveu e propõs a sua Lei de Retornos Acelerados ( Law of Accelerating Returns ), onde previu um crescimento exponencial para as tecnologias de computadores, genética, nanotecnologia, robótica e inteligência artificial.

Ao longo das últimas décadas, coincidindo com o lançamento e evolução da Internet, Kurzweil lançou-se em um processo de reflexão que culminaria em “The Singularity Is Near: When Human Transcend Biology” ( 2005 ) e onde agrega reflexões anteriores já plasmadas em “The Age of Intelligent Machines” ( 1990 ) e “The Age of Spiritual Machines” ( 1999 ). É nesse livro “The Singularity is near”, de algum modo seminal e ensaístico que Kurzweil abraça o termo “singularidade”, tomado de empréstimo do título “The Coming Technological Singularity”, popularizado por Vernor Vinge uns anos antes, em ensaio de 1993.

São três décadas de evolução do conceito, tempo suficiente para se reconhecerem fortes sinais na atualidade, através das sucessivas ondas de inovação nos modelos de Inteligência Artificial, nas tecnologias financeiras Blockchain e nos primeiros processadores Quânticos capazes de realizar ações “impossíveis” para os mais avançados supercomputadores clássicos.
O emergentismo, como um movimento resultante da conjugação de diversas tecnologias, permite visualizar atmosferas de conhecimento intensivo, que reclamam a utilização de instrumentos do pensamento e das linguagens como a Semiótica, enquanto agregadora de diálogos entre diferentes domínios sígnicos e interação de fenómenos aparentemente isolados, mas cujas correlações bem identificadas , podem estimular e empoderar um Agencialismo Humano cada vez mais relevante.
Os espaços de inovação sucessiva expressos na “Sigularidade”, enviam uma mensagem para as pessoas e a sociedade no sentido de recordar que, nada é eterno antes transitório, nada é definitivo e nada é totalmente determinístico. A expansão das bases humanas de uma civilização pós-singularidade não significa o fim da história, antes a supremacia, vantagem ou utilidade de cooperação assistencial com estruturas agênticas compostas por artefactos de inteligência artificial e computação quântica, enquanto plataformas com propósito e de retorno a outras formas de genialidade.

Autoria de:

Francisco Lavrado Pires

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