Coimbra: Greve encerra serviços nos hospitais e centros de saúde

“Queremos ser ouvidos e que sejam dadas melhores condições aos profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para o desempenhar das suas funções, algo que o atual Ministério da Saúde parece não ter como prioridade, tendo adiado para 2025 um dos pontos cruciais que nós reivindicamos como é a atualização da grelha salarial”.
Foi desta forma que Carla Silva, dirigente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, numa concentração realizada ontem, à porta do Hospital do Covões, deixou o aviso ao ministério presidido por Ana Paula Martins para “que, quando se sentar à mesa das negociações, pensar e refletir e principalmente, se questionar do que estes profissionais precisam para realizar o seu trabalho e manter o SNS uma referência a nível internacional”.
Este facto “ainda é possível devido à dedicação e esforço dos profissionais”, sublinhou.
Jovens médicos internos aderiram em massa
Numa primeira recolha de dados, ao início da manhã, a dirigente sindical destacou “uma adesão com números bastante expressivos”, ao primeiro dia de greve nacional dos médicos, que começou ontem e decorre até hoje, um pouco por todo o país.
Mais tarde, a dirigente da FNAM disse que, às 12H00, se registava uma adesão de 100% à greve no Serviço de Anestesiologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra, afetando as cirurgias naquele hospital, funcionando apenas os serviços mínimos.
“A nível de cuidados de saúde primários, registamos uma média de 70% a 80% e temos unidades completamente encerradas, já que nos centros de saúde não há serviços mínimos e, portanto, não há atividade assistencial em muitas unidades”, reforçou.
Já nas consultas externas dos HUC, “a adesão ronda cerca de 70%, estando assegurados os serviços mínimos”. Segundo Carla Silva, o Serviço de Neurodesenvolvimento do Hospital Pediátrico de Coimbra registou também 100% e o Serviço De Medicina Interna do Hospital dos Covões de 90%, com outros serviços a registarem “à volta dos 70%”.
Os médicos internos recém-formados “aderiram de forma massiva”. Carla Silva lamentou “que uma geração de profissionais que se formou no SNS e tem uma ligação emocional com as estruturas onde se formou, se veja “obrigada” a procurar fora por não encontrar as condições para ter o futuro que gostaria no SNS”.
Pode ler a notícia completa na edição impressa e digital do dia 24/07/2024 do DIÁRIO AS BEIRAS