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Coimbra

Admissão polémica de menina são-tomense no Pediátrico de Coimbra

02 de janeiro às 09 h47
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Elisabete Bom Jesus, uma menina de 15 anos, residente em São Tomé e Príncipe, deu entrada, na passada segunda-feira, no Hospital Pediátrico de Coimbra, depois de ter sido vítima de um crime bárbaro que ocorreu em junho, na terra natal. Contudo, a chegada à unidade hospitalar causou estranheza aos profissionais de saúde.
Ao DIÁRIO AS BEIRAS, fonte da ULS de Coimbra confirma que a jovem chegou ao Pediátrico “em estado clínico muito frágil, totalmente dependente, acompanhada pela mãe e por um indivíduo, de nome Wilson Pereira, que se apresentou como médico interno da especialidade de Cirurgia Cardiotorácica”. Mais tarde, as autoridades viriam a constatar que o suposto médico “não possui qualquer licenciatura em medicina reconhecida em Portugal, nem é médico interno” da especialidade.
A criança terá viajado naquela madrugada, na companhia da sua mãe, proveniente de São Tomé e Príncipe para o Aeroporto Internacional de Lisboa e transportada de ambulância para o Hospital Pediátrico de Coimbra.

Plataforma de mobilidade
sem registo
“Tendo em consideração que se trata de uma doente estrangeira, foi confirmado que não existia qualquer registo desta doente na plataforma de mobilidade referente a transferência internacional junto da DGS”, pelo que a ULS informou “de imediato” a Direção dos Serviços de Coordenação das Relações Internacionais, da Secretária-geral do Ministério da Saúde, bem como a Direção-Geral da Saúde, “com quem tem mantido contacto permanente”, adiantou a estrutura.
Ainda de acordo com a ULS, e dada a situação clínica grave, a criança foi observada, “merecendo internamento na companhia da mãe”. “A criança está a receber todos os cuidados de que necessita e a situação social está também a ser avaliada, para proteção de mãe e filha”, acrescenta.

ULS chama a polícia
Naquela manhã, a ULS de Coimbra contactou a PSP para proceder à identificação de Wilson Pereira, “considerando os indícios de reincidência na sua apresentação como médico na ULS de Coimbra e de envolvimento num eventual esquema de mobilidade internacional irregular.” Ao que foi possível apurar, o homem está também impedido de entrar nas instalações hospitalares da ULS.
Entretanto, numa publicação que fez nas redes sociais, Wilson Pereira admite que “desde o início do processo” sabia que seria detido” porque tinha conhecimento que o encaminhamento da doente “era ilegal”.
“Decidi fazê-lo para que a nossa princesa tivesse um tratamento mais especializado. Ela merece, depois de ser barbaramente violentada”, justificou.
Na resposta ao Diário As Beiras, a ULS de Coimbra reafirmou o seu compromisso com a excelência na prestação de cuidados de saúde e na cooperação internacional, pautando-se sempre pelo respeito integral das normas legais e dos procedimentos de segurança.

Crime bárbaro
O caso chocou a comunidade são-tomense: Elisabete Bom Jesus estava sozinha em casa (na vila de Pantufo, arredores da cidade de São Tomé) quando um grupo de homens assaltou a residência. A mãe ter saído para trabalhar. Quando regressou a casa encontrou a filha agredida e com fitas adesivas nas vias respiratórias, o que obstruiu oxigenação ao cérebro, e deixou a menina em estado vegetativo. Elisabete, que foi também violada, ficou em coma e esteve 42 dias nos cuidados intensivos do Hospital Central Ayres de Menezes.
Após vários meses internada, foi encaminhada para a casa e, de acordo com a imprensa local, “não teve acesso à junta de saúde para tratamento especializado no estrangeiro, porque a avaliação médica considerou que a situação é irreversível”.
Contudo, graças à mobilização de muitos cidadãos, impulsionados pelo ativista social Apolinário Zeferino, foi lançada uma campanha de angariação de fundos e apoios que conseguiu mais de 10 mil euros para garantir a transferência da menina para tratamento em Portugal.
Elisabete já está a ser acompanhada em Coimbra. Em São Tomé e Príncipe, a Polícia Judiciária ainda não conseguiu identificar os suspeitos do crime.

Autoria de:

Patrícia Cruz Almeida

4 Comentários

  1. Firmino José Andrade Rodrigues diz:

    Criança???
    Com 15 anos???

  2. José Gerós diz:

    A jovem necessita ou não dos cuidados?
    Está a ultrapassar algum doente na mesma situação?
    A situação em que se encontra foi da sua responsabilidade?
    Ajudem a jovem e será um grande orgulho para Portugal! Um país não se mede só por KMS!

  3. Luis Magno diz:

    Revoltante,não só o facto ocorrido com a jovem,como com a facilidade com que se desenrola a sua entrada neste país,Portugal…com alguns criminosos…pobre Portugal que foste assaltado desde há 50 anos.

  4. Isabel Rodrigues diz:

    Luís magno,
    Está enganado!!!! Assalto era o que o NOSSO país fazia nas ex colónias, não respeitando os nativos e mandando para a morte milhares de jovens portugueses , para combater a fé cristã, a bem da nossa (Portugal) pátria! E roubando-lhes as riquezas que nunca nos pertenceram.
    Fizemos isso, por todo o mundo. Que grande nação da porra.
    Viva o 25 de Abril!✌️

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