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Trefiladores querem que União Europeia alargue medidas de proteção a transformadores de aço

21 de novembro às 13 h40
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A Associação dos Trefiladores de Portugal (ATP) defendeu hoje que a União Europeia deve alargar as medidas de salvaguarda da indústria siderúrgica primária aos transformadores de aço, vincando que um não pode sobreviver sem o outro.

“Fazer medidas especificamente para o setor primário, ou seja, o setor siderúrgico, e não cobrir todas as outras áreas é um perigo tremendo para o setor. Estamos aqui a falar em Portugal, mas é um perigo para o setor a nível europeu”, alertou o presidente da ATP.

Em declarações à agência Lusa, Pedro Teixeira explicou que a Comissão Europeia encontra-se a desenvolver e a ajustar medidas de salvaguarda ao setor primário do aço, para entrar em vigor no próximo ano, onde prevê “aumentar taxas e diminuir quotas de importação para a Europa”.

“A nossa preocupação não é tanto ir contra essas medidas, porque vêm ao encontro do que está a ser feito noutros países a nível mundial, nomeadamente nos Estados Unidos. O problema é as medidas serem feitas especificamente para o setor primário e não cobrirem as outras áreas”, concretizou.

De acordo com Pedro Teixeira, que é também o presidente executivo (CEO) da empresa de trefilaria Fapricela, instalada no concelho de Cantanhede, tal como os produtores de aço primário, também os transformadores de aço estão cada vez mais expostos a práticas de importação distorcidas, provenientes de países terceiros, onde os produtores exportadores beneficiam de apoio estatal, normas ambientais menos rigorosas, acesso a matérias-primas mais baratas e menores custos de energia.

“A própria Comissão Europeia, no documento que lançou em outubro – um pré-documento a dar um pouco as linhas gerais do que pode ser feito, mas que ainda vai ao próprio Parlamento Europeu para ser aprovado – fala que pode incluir os outros produtores dentro de dois anos. O que nós alertamos é que dentro de dois anos é tarde”, sustentou.

No seu entender, se as medidas não forem alargadas aos transformadores de aço, como consta da proposta da Comissão Europeia, os danos causados à indústria transformadora serão “irreversíveis e causadores de falências de empresas”.

“Apelamos à União Europeia para que adote medidas que garantam que o plano de ação para o aço proteja adequadamente os interesses dos 2,3 milhões de pessoas empregadas pela indústria transformadora de aço a jusante, o que asseguraria um consumo estável da indústria siderúrgica da União Europeia”, concluiu.

Autoria de:

Agência Lusa

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