Xanana Gusmão em Coimbra para ” não deixar ninguém para trás”

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FOTO UC/PAULO AMARAL

Na conferência “Timor e G7+: desafios póspandemia”, o antigo presidente de Timor Leste falou sobre os desafios globais que se avizinham depois da pandemia.

Xanana Gusmão aproveitou a conferência organizada pela Universidade de Coimbra e a organização intergovernamental G7+ para tecer várias críticas à governação global.

“Os países têm agido em benefício dos próprios estados, esquecendo os mais necessitados”, realçou. Para o antigo presidente de Timor Leste, o “mundo está pior” e a a pandemia covid-19 sobressaiu alguns problemas. “Com o covid-19 temos assistido a um aumento dos totalitarismos, da xenofobia e do racismo”, afirmou.

Xanana Gusmão sublinhou que a solidariedade é “um dever” de todos e que os países mais pobres “não podem” ficar definitivamente para trás. O Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra (UC) apontou também os defeitos do desenvolvimento digital. “Se antes já havia desigualdades entre países, com o desenvolvimento digital os países menos desenvolvidos ficam para trás”, salientou.

Distribuição mundial de vacinas visada

Xanana Gusmão utilizou a conferência para acusar os países de uma distribuição pouco humanitária. “Neste momento, há uma desigualdade gigante na distribuição das vacinas. Não é possível que haja países a dar a terceira dose da vacina e outros que ainda estejam a dar a primeira dose”, evidenciou.

O antigo presidente de Timor Leste denunciou ainda o caso de distribuição de vacinas dadas pela Austrália a Timor Leste. “A Austrália ofereceu vacinas a Timor Leste que já tinham passado do prazo de validade”, adiantou.

As medidas tomadas pelos países depois do aparecimento da variante Ómicron foram também assinaladas por Xanana Gusmão. “O fecho das fronteiras por parte dos países desenvolvidos é o contrário do que devia ser feito. Para solucionar a pandemia é necessário que haja uma verdadeira colaboração mundial”, destacou.

Xanana Gusmão rematou dizendo que “não se pode deixar ninguém para trás”.

No final da conferência, o reitor da Universidade de Coimbra Amílcar Falcão, realçou o poder que a educação tem que ter na sociedade. “A educação, nomeadamente nas universidades, tem uma missão social e humanista para as gerações futuras”, assinalou.

Hélder Costa, o secretário-geral da G7+, preferiu aproveitar a oportunidade para realçar o importante papel da UC na educação em Timor. “A UC tem um papel de servir de base para elevar a educação dos nossos cidadãos que por cá passam”, garantiu.

Numa cerimónia com simbolismo, Xanana Gusmão foi presenciado com uma homenagem feita pela organização humanitária Peace Run. A meio da sessão, o vice-reitor da UC, João Nuno Calvão da Silva, e o presidente da AAC/ /OAF, Pedro Roxo, ofereceram uma camisola da equipa a Xanana Gusmão.

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