Opinião – Região Metropolitana de Coimbra (2): A última chance!

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1. Região CIM vs Região Metropolitana
É preciso repeti-lo até à exaustão! O Plano de Recuperação Portugal 2020-2030 esquece-se, lamentavelmente duma questão principal. Não vê que o desenvolvimento dum Portugal assimétrico e bipolarizado, fortemente deslocado para o litoral, terá que assentar no desenvolvimento equilibrado do País como um todo, onde o interior e a Região Centro têm sido “parentes pobres”, cada vez mais desertificados e empobrecidos!
Por isso, em substituição de algumas das CIMs em que a Região Centro está actualmente subdividida, impõe-se, hoje mais do que nunca, a constituição de uma forte Região Metropolitana no Centro do País, a partir de Coimbra. Pode ser a ultima “chance” para Coimbra!
Sabe-se que CIMs, não obstante os seus esforços, têm uma jurisdição intermunicipal limitada, enquanto que as Regiões Metropolitanas, com competências mais alargadas, permitem antecipar investimentos não somente de caracter regional como nacional, de outro folego ao ter acesso directo a apoios financeiros específicos e mais alargados.

2. Quando desejável é inimigo do possivel!
Desejavelmente a nova Região Metropolitana ao Centro deveria corresponder a uma ambição maior do que simplesmente a baseada na CIM-Região de Coimbra, que tem feito um trabalho notável. Deveria para alem de Coimbra ter Aveiro, Leiria e Viseu, no mínimo.
Para garantir escala e peso político para Investimentos prioritários de grande monta, tais como infraestruturas rodoviárias, ferroviárias, aeroportuárias com ligações melhores e mais fáceis a Espanha e ao resto do Mundo, que o Centro necessita como “de pão para a boca”.
Mas, o desejável é inimigo do possível! Para unir Coimbra com Aveiro, Leiria e Viseu numa única Região Metropolitana, teria que haver uma vontade politica, local, regional e nacional, que até agora nunca houve.
Teria de haver entendimentos de regime entre os principais partidos e uma agenda concreta de prioridades de investimento, que não se adivinham. Não é fácil!

3. Região de Coimbra uma forte coesão territorial
A constituição de uma Região Metropolitana de Coimbra, assente basicamente na actual CIM-Região de Coimbra constituirá, por isso, um bom ponto de partida. Um bom ponto de partida porquê?
Em primeiro lugar porque a Região de Coimbra tem sido uma das mais esquecidas. apesar do seu potencial de crescimento ser enorme. Toda a gente o reconhece e reclama. A apatia do poder local e o esquecimento do Poder Central tem colocado Coimbra, nas ultimas décadas num “atoleiro” !
Em segundo lugar porque um dos factores preponderantes para a constituição de uma Região Metropolitana é a existência de uma forte coesão territorial. É um ponto forte!
Quem conhece bem os Concelhos da CIM-Região de Coimbra, constata que as populações, sem excepção, têm uma afinidade enorme com Coimbra e se alguma queixa existe é que Coimbra se lembra pouco deles!
Com a constituição de uma Região Metropolitana de Coimbra, unindo os 19 concelhos entre si, a situação mudaria completamente, e facilmente seria atingido um alto grau de integração com Coimbra, em termos económicos, políticos e culturais, que hoje existe apenas em potencia.
Coimbra teria, assim, oportunidade de dar o salto em frente que o País há tanto tempo aguarda e deseja. Para ser um País mais equilibrado, mais saudável, mais desenvolvido. Enfim, um País recuperado a caminho do ano 2030, que a UE apoia e o País tanto necessita.

 

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