Opinião – Diário de Quarentena -9: Estado. Uma máquina trituradora de dinheiro

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1. A questão da Dívida Pública, vista do “Tucano”!
A descida significativa de Portugal de 16º para 21º lugar, no Ranking dos 28 Países europeus, entre 1995 e 2019, no que diz respeito ao PIB per capita em paridade com o poder de compra, foi objecto da nossa amargura e decepção na Crónica anterior. Mas o pior acontece, calculem lá, quando falamos, como hoje, na Divida Publica em % do PIB
Parem e escutem, com atenção. Em 1995 a nossa Divida Publica (em % do PIB) era de 62.1%, o que nos dava um fraco lugar no meio da tabela. Em 2019 a Divida Publica subiu estrondosamente para 117.7%, quase o dobro, o equivalente ao 26º lugar! Atrás de nós só a surpreendente Italia ( 134,8%) e a incontornável Grécia ( 176,6%).
Com esta inesperada pandemia o ano de 2020 piorará muito mais a situação, já de si penosa e lamentável, para uma dívida pública superior a 130%, cerca de 300 mil milhões de euros!
Se quiserem saber sobre a Irlanda, o membro aplicado da EU, vejam a diferença! Estava em 1995 com 78,1% de Divida Publica, o 22º lugar ( 3 lugares abaixo de Portugal). Em 2019 tinha descido para 58.8%, o 14º lugar ( 12 lugares acima do nosso País). Incrível, não?
Como é isto possível? Perguntarão “como quem não quer a coisa” os meus caros leitores, em férias merecidas, na Figueira da Foz, com receio da pandemia no Algarve, sentados no “Tucano” a comer uma salada de atum com gambas e salmão fumado?

2. O Estado tem sido uma maquina trituradora de dinheiro
J.A. Saraiva escrevia, há poucas semanas, num Semanário da Capital, aquilo que todos nós sabemos. “Se somarmos os milhares de milhões de euros dados a fundo perdido pela UE; com os milhares de milhões pedidos pelo Estado ao estrangeiro, a juro baixo; os milhares de milhões recebidos pelo Estado nas privatizações: os milhares de milhões de Empresas que foram destruídas; os milhares de milhões das vendas de ouro (cujas reservas passaram para menos de um terço do que eram)”, podemos ficar a ter uma ideia mais concreta da dimensão da nossa inoperância. O Estado tem sido uma maquina, insaciável, trituradora de dinheiro!
Basta ler os jornais e ver para onde vai o dinheiro! Antigos responsáveis, a contas com a justiça por corrupção activa e passiva (uns presos, outros fugidos para parte incerta, outros em processos sem fim); Offshores através de esquemas engenhosamente concebidos; empresas falidas ou em pré-falência. É uma calamidade!
Entretanto os Governos formados por familiares sem experiência da vida; amigos e conhecidos a quem devem amizade; poderosos a quem devem fidelidade, têm sido incapazes de fazer uma gestão saudável dos fundos recebidos!

3. Vem aí mais dinheiro para a malta gastar!
A UE que já não sabe para que lado “se há-de virar”. Habituada “a despejar dinheiro” para cima dos problemas, deixando a gestão para Governos impreparados, anuncia que vai “mandar mais”, como se ainda não tivesse visto o resultado que isso tem dado!
Quanto vai ser? Quando vai ser? Perguntam os mais batidos nestas andanças, colocando os seus emissários em Bruxelas para saber detalhes e formas de “caçar” o dinheiro em “primeira mão”. Montar “o esquema todo”, antes que cheguem cá.
Se desta feita o esquema de funcionamento da EU continuar a ser o mesmo, de “despejar dinheiro”, a corrupção vai aumentar, os cambalachos vão crescer, o deficit será cada vez maior, os ricos cada vez mais ricos, os pobres cada vez mais pobres. Os superiores interesses do País continuarão a ser esquecidos e atirados para segundo plano, sem dó nem piedade! Até quando?

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