Opinião – Abolindo práticas antigas

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Todas as ocorrências anormais marcam mudanças nas vidas dos povos, algumas circunscritas a locais e outras alargadas a uma nação. Como exemplo do que aconteceu nos arredores de Coimbra, sabemos que: “Foi presente à Comissão de fazenda a consulta do conselho da fazenda, e papéis anexos, que ao soberano Congresso remetera o ministro secretário de Estado dos negócios da fazenda, duvidando se no decreto de 20 de Março de 1821 se compreende a abolição do caneiro das lampreias do Rio Mondego, cujo rendimento faz parte das rendas do almoxarifado de Coimbra.” ( 1 ).
Algumas mudanças surgem como necessárias em fase de pandemia como é a da habitação, entendida como resultado do Decreto-Lei n.º 37/2018 de 4 de junho que reconheceu então o papel central da habitação para a coesão social e territorial.
De facto a partir de uma amostra de 2958 casos de transmissão, a Direcção-Geral de Saúde concluiu que 30% dos contágios ocorreram em casa na coabitação com doentes infetados (https://www.publico.pt/2020/04/26/sociedade/noticia/covi19-portugal-soma-104-casos-contagio-media-doente-infectado-1913958, acesso em 28 de abril de 2020 ).
Esta situação terá então de ser tida obrigatoriamente em conta quando se analisarem as causas da sua ocorrência. O estudo terá de qualificar e quantificar as condições de isolamento profilático em cada habitação e de as relacionar com os contágios, que aconteceram e como foram possíveis ou até se eram inevitáveis. Junta-se a este problema o dos lares que contribuíram em percentagem desconhecida para os contágios.
Terá de ser feito um estudo interdisciplinar, onde entram saberes da arquitetura e da engenharia, bem como da geologia e de outras ciências, tanto naturais como sociais, onde tudo deve ser feito sem quaisquer preconceitos que afastem à partida diversas soluções possíveis que impeçam mais surtos desta COVID 19 e de outras.
Alguns preconceitos são tão-só o gastar menos na Saúde Pública e Privada, dizendo sempre que será um sacrifício necessário e justificável pelos ganhos futuros. Mas, acontece que os ganhos são para uns poucos e as perdas para muitos outros, que até podem perder a vida.
Resultam muitos destes preconceitos de acreditarmos em falsos saberes, incluindo os das falsas teorias económicas e de gestão, que nos são impingidas por falsos sábios, cuja competência e integridade, devemos pôr em causa à partida por nos serem apresentada por lóbis bem pagos, assumindo por isso uma grandiloquência balofa.
E agora que estamos quase safos desta pandemia preparemo-nos para a próxima ou pelo menos para viver com Saúde os próximos tempos.

( 1 ) Diário das Cortes Gerais e Extraordinárias da Corte Portuguesa, 25 de Junho de 1822, p. 554, coluna 2.

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