Opinião: Santa Clara, bem amada!

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Chove dentro da Capela de Nossa Senhora da Esperança. Na sacristia, as paredes estão negras da humidade infiltrada. É do seculo XVII, com paredes lindíssimas de painéis de azulejos centenários e ornada de esculturas de Diogo Pires, o Velho mas tem o azar de estar em Santa Clara, longe dos poderes da cidade.

Santa Clara é um bom exemplo do que nos distingue da governação socialista. Toda a margem esquerda tem razões de queixa de um executivo que governa por promessas adiadas – agora preso num aeroporto virtual, como antes bloqueado no TGV ou no Metro de Superfície.

Enquanto porfia nas “grandes obras”, sem a força política e a devida sustentação económica e social que todos os Governos percebem à légua, a Câmara permite e amplia um concelho a duas velocidades, com dois pesos e duas medidas.
No PSD percebemos bem os sinais que Coimbra nos dá diariamente, mas temos que resistir à política do queixume e propor novas soluções, sem temor ou constrangimentos.

Por isso apresentamos, por ocasião do Dia Nacional dos Centros Históricos Portugueses que hoje se comemora, 10 medidas imediatas para o Centro Histórico de Coimbra:

i. Criação do Conselho Estratégico para a Regeneração Urbana de Coimbra;

ii. Atribuição de Vereador a tempo inteiro na Câmara Municipal de Coimbra com competências integradas no Centro Histórico, Alta e Baixa de Coimbra;

iii. Criação de uma nova Área de Reabilitação Urbana em Santa Clara;

iv. Alargamento da isenção de taxas municipais para reabilitação no Centro Histórico e Áreas de Reabilitação Urbana por privados e aumento das penalizações em sede de IMI para prédios devolutos em más condições de habitabilidade nessas zonas;

v. Criação de percurso entre a Baixa e a Alta de Coimbra por eléctrico antigo;

vi. Compatibilização do projecto do novo Centro de Saúde da Fernão de Magalhães com o edificado e a memória histórica e patrimonial do antigo Hospital dos Lázaros;

vii. Identificação de zonas integradas de fixação empresarial no Centro Histórico com apoios específicos à reabilitação e ao arrendamento por parte de startups e empresas inovadoras;

viii. Reconhecimento activo do papel das Lojas Históricas com atribuição dos correspondentes benefícios fiscais e municipais;

ix. Novo esquema de policiamento de proximidade por parte da Polícia Municipal;

x. Iniciativa pública de Arte Urbana com os principais Artistas neste âmbito com vista à diminuição dos graffitis e atentados patrimoniais no Centro Histórico;

Sabemos que o nosso Centro Histórico – a Alta, a Baixa e Santa Clara – tem sido votado ao quase abandono nos últimos 5 anos.

Uma visão passadista e descoordenada das competências autárquicas não permite a concertação estratégica que se impõe, como facilmente se demonstra nos bons casos em todo o País e na Europa.

Temos que manter a atitude dos fiéis e habitantes de Santa Clara na sua Capela – não são uns pingos de chuva que abalam a nossa esperança. Santa Clara e nosso Centro Histórico merecem ser bem-amados.

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