Opinião: Desassorear o Mondego com respeito pelo ambiente

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Está em curso o desassoreamento do rio Mondego. Operação necessária e exigida há muito, mas que se tornou consensual e urgente depois das últimas grandes cheias. São unânimes as forças políticas, os praticantes das diversas modalidades desportivas, os diversos amigos do rio, a generalidade dos cidadãos.

Recentemente, fomos todos informados de que o prazo da empreitada, de dois anos, pode ser encurtado, concluindo-se em metade do tempo previsto. Estas são boas notícias.

Ninguém quer estragar a festa. Contudo, há preocupações relativamente ao impacto ambiental da intervenção em curso. Se tudo estiver a correr como previsto e aprovado, a fiscalização da obra estará atenta e a monitorização sistemática do impacto ambiental deverá estar a ocorrer. É assim que se passa?

Ora, são várias as vozes que alertam para eventuais riscos ou danos a nível ambiental. A comunicação social fez eco de preocupações relativas a interferências na fauna e na flora do rio. Em concreto, no ciclo de reprodução e de vida de várias espécies como a lampreia.

Na última reunião do executivo municipal transmiti essas preocupações legítimas e expectáveis, dada a profunda interferência no leito do rio, a que acrescem relatos veiculados por praticantes de desportos aquáticos quanto a ocorrências de derrame de gasóleo que, além de provocarem danos nos seus equipamentos, poderão, se de dimensão significativa, ter impactos negativos no ecossistema.

Afinal, o que todos queremos e se exige é que se proceda ao desassoreamento do rio cumprindo-se todos os procedimentos necessários para evitar ou minimizar, tanto quanto possível, eventuais danos colaterais, ou seja, impactos ambientais negativos.

A minha intervenção na última reunião de Câmara visou alertar para a vigilância rigorosa sobre a fiscalização e monitorização deste processo. Claro que queremos um rio desassoreado, nada disto está em causa. Mas queremos um Mondego desassoreado e vivo para fruição dos nossos concidadãos e dos vindouros.

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