Bilbau, Coimbra. A capacidade de se transformar

Posted by
Spread the love

 

Hélder Rodrigues

  1. A enorme capacidade de se transformar

Chegámos a Bilbau ao princípio da tarde. É a cidade mais importante do País Basco e com os seus 340.000 habitantes a capital da Biscaia.

O guia explica-nos, orgulhoso, que o sucesso de Bilbao tem sido a sua enorme capacidade de transformação adaptando-se à evolução dos tempos e às novas oportunidades que esta sempre traz consigo. Foi grande cidade portuária no Sec XIX, quando os transportes marítimos de mercadorias estavam no auge. Foi grande cidade industrial na 1.ª metade do Sec. XX, quando a metalurgia e o ferro reinavam. A pouco e pouco tudo isso acabou!

Apoiada no dinamismo e iniciativa da sua população, Bilbau “mudou de agulha” e seguiu em frente, determinada e confiante os novos rumos.

Nas últimas décadas transformou-se numa grande cidade de serviços com a sede de empresas nacionais e internacionais, de entidades bancárias (como o BBVA) e está melhor que nunca!

E o guia remata com um brilho nos olhos; – é uma cidade desafiadora e excitante!

2. Atenção, malta. Estamos a apanhar uma “banhada”!

Já no Sec. XXI, com a inauguração do Museu Gugenheim, que visitámos demoradamente e que rapidamente se transformou no ex-libris da cidade, Bilbau ganhou decisivamente um impulso turístico enorme.

Turismo de lazer mas também de congressos e de negócios. O Centro de Congressos e espetáculos construído ( 1994-1999 ) no local onde eram os antigos estaleiros conta com um auditório para mais de 2000 espectadores e várias salas para reuniões e eventos mais pequenos, reuniões e ensaios.

Atenção, malta. Estamos a “apanhar uma banhada”! diziam os mais atentos para os outros, à medida que percorríamos, a pé ou de autocarro, os diversos centros de actividade da dinâmica e moderna cidade bilbaina.

3. Fado de Coimbra em Bilbau

De repente, para grande satisfação do grupo, junto ao Hotel onde ficámos alojados, havia um local típico de fados de Coimbra. Fizemos o check-in, jantamos à pressa e aí fomos nós animados, despertos e curiosos.

Uma agradável surpresa! Três portugueses naturais da Região Centro, radicados há alguns anos em Bilbau; uma fadista acompanhada por um viola e outro guitarra de Coimbra, brindaram a assistência com uma actuação de grande qualidade.

“Samaritana”, “Coimbra menina e moça”, “do Choupal até à Lapa”, foram três interpretações do vasto reportório.
A princípio tiveram dificuldades de penetração no meio, mas a pouco e pouco Bilbau foi aderindo ao fado de Coimbra e o sucesso está à vista

4. Coimbra pode aprender muito com Bilbau

No fim, numa volta pela Bilbau nocturna, reflectimos em grupo que Coimbra actual está a mexer, a entrar na onda!

Com o Estatuto da Unesco a começar a dar os seus frutos, o Centro de Congressos de S Francisco a receber eventos de crescente impacto, o fluxo turístico a aumentar com possibilidades de melhor rentabilizado, o aparecimento de empresas criativas a desabrochar, uma crescente visibilidade nos órgãos de comunicação nacional e internacional, está também ela a iniciar um processo de transformação.

Uma transformação ainda por impulsos, é certo, mas que devidamente articulada com a Região em que se insere, se pode converter em poucos anos na grande transformação que todos queremos e ansiamos. Há muito caminho a percorrer pela frente, com muitos obstáculos. Todos os apoios são poucos face à difícil tarefa. Apesar de serem duas cidades de diferentes perfis, Coimbra pode aprender muito com Bilbao no que à capacidade de transformação diz respeito.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.