Opinião – Europa

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Serpa Oliva

 

Celebrámos, no dia 25 de Março, 60 anos do Tratado de Roma, assinado no Museu Capitolino, tendo como Estados-membros originários a Bélgica, a França, a Itália, o Luxemburgo, Paises Baixos e Alemanha Ocidental.
O nome do tratado, no fundo, referia-se a dois – o Tratado Constitutivo da Comunidade Económica Europeia (CEE) e o Tratado Constitutivo da Comunidade Europeia da Energia Atómica (Euratom).
Tal situação deveu-se ao facto de a Europa se encontrar, após a II Guerra Mundial, económica e politicamente destruÍda, e muito fragilizada relativamente às duas super-potências, já nessa altura, os Estados Unidos e a União Soviética.
Quando Deputado, fui durante dois anos membro da Comissão de Assuntos Europeus, e na Legislatura seguinte, até ter abandonado o Parlamento por motivo de doença, Vice-Presidente da referida Comissão.
Se já era um Europeísta convicto, esse tempo veio a cimentar aquilo que considero uma das maiores vitórias política e social do Séc. XX que se estende até hoje e que espero predure por muitos e longos anos.
Houve sete alargamentos sucessivos, em 1973, 1981, 1986, 1995, 2004, 2007 e 2015, sendo que o último País a entrar foi a Croácia que aderiu em 1 de Julho de 2013. São pré-candidatos: a Sérvia, a República da Macedónia. A Bósnia, Herzegovina e o Kosovo manifestaram também a intenção de iniciar o processo de adesão.
Se pensarmos nos países que se libertaram do jugo da União Soviética – República Checa, Roménia, Polónia, Lituânia, Letónia, Estónia, Eslovénia e Eslováquia, bem como a Croácia, para não falar da queda do muro de Berlim, percebemos o alcance de tudo aquilo que vem sendo conseguido no que concerne à Democracia, à Liberdade, ao estado social e à livre circulação de pessoas.
Tudo isto nos deixa a convicção do alcance espantoso para cerca de 500 milhões de cidadãos que procuram de forma concertada, através de várias Instituições espalhadas pela Europa, o atingir de um objetivo comum que a todos nos deve unir.
Houve seguramente erros de percurso, mas para nós, Portugueses, é necessário que percebamos que as espantosas melhorias que vimos obtendo desde a nossa adesão se devem a uma solidariedade única na destribuição de riqueza que nos permitiram crescer de forma exponencial em todos os parâmetros da nossa vida quotidiana (veja-se a rede viária e uma espantosa modificação para melhor, desde a aldeia mais recondida até à cidade mais sofisticada).
Ficamos perplexos quando ouvimos uma extrema Esquerda, aqui representada pelo Bloco e pelo Partido Comunista, querer à viva força “abandonar” a Europa atribuindo-lhe todos os males, esquecendo o essencial que foi a criação de um Estado Social em que a saúde e a educação se tornaram um bem universal para todos, só possivel graças aos biliões que a Europa nos concedeu.
Penso sinceramente que as Instituições Europeias tudo fazem para, de forma sistemática, nos oferecerem melhor qualidade de vida, exigindo obviamente em troca que apliquemos o dinheiro de forma criteriosa, o que infelizmente muitas vezes não aconteceu.
O Brexit, Putin e Trump não podem ser sinal de desânimo ou porem em causa os ideais que defendemos.
A Liberdade e a Democracia são um bem inestimável da civilização judaico-cristã, assente na Família, da qual nada nos fará abdicar. Assim sejamos merecedores delas.

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