Miguel Almeida

A Cimeira do Clima terminou com um acordo histórico. Pela primeira vez, os descrentes nas alterações climáticas reconheceram que se nada for feito, o Mundo caminha para uma catástrofe climática potencialmente irreversível.

Ainda assim, este acordo foi apenas o possível, mas longe do desejável. O futuro vai exigir maior ambição e o esforço até 2030 vai ter que ser maior do que agora ficou plasmado.

Portugal tem reduzido as suas emissões de CO2 em linha com a média europeia, no entanto muito há a fazer e não podemos baixar a guarda, dando assim um bom exemplo ao mundo. Os edifícios representam em Portugal cerca de 30% dos consumos energéticos e 60% dos consumos eléctricos, sendo o sector imobiliário o segundo maior emitente de CO2 do País.

As múltiplas e eficazes soluções técnicas e tecnológicas já disponíveis no mercado para uma utilização crescente de recursos naturais renováveis para fins energéticos, associadas à necessidade da classificação energética dos edifícios, e aos expressivos avanços no âmbito da “Arquitetura Bioclimática”, criam as condições indispensáveis para uma significativa redução dos consumos energéticos dos nossos edifícios.

Torna-se assim, absolutamente indispensável criar as condições para a maximização da “Arquitetura Bioclimática”, aumentando o seu peso nos planos curriculares dos de todos os intervenientes técnicos desde a concepção até ao funcionamento final dos edifícios. “A eficiência energética é a nossa maior jazida”, só falta aprendermos a explorá-la.