Um pescador que a 28 de janeiro matou um homem com um taco de basebol por desavenças ligadas ao tráfico de droga começa na quarta-feira a ser julgado por homicídio qualificado no Tribunal de Peniche.
De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), a que a agência Lusa teve acesso, o arguido, de 27 anos, através de um intermediário, teria comprado droga à vítima, um homem de 55 anos, socorrista.
Como o estupefaciente seria de má qualidade, pois havia suspeitas de que esse intermediário retiraria droga da dose vendida para o seu consumo, o agressor, que seguia de carro numa rua da cidade de Peniche e avistou a pé o fornecedor principal, abordou-o para “pedir uma justificação sobre os motivos pelos quais não lhe entregava diretamente a droga”.
O pescador exigiu também de volta o dinheiro ou uma outra dose do produto estupefaciente.
Perante a insistência e as sucessivas recusas da vítima, o arguido foi buscar um taco de basebol que tinha no seu automóvel e atingiu-o no crânio.
O agressor colocou-se em fuga no veículo, levando consigo o taco de basebol, que manteve na viatura até ao dia 31 de janeiro, dia em que soube que a vítima tinha falecido. Foi então ao Cabo Carvoeiro, também em Peniche, e atirou o taco ao mar.
No dia 28, o traficante, que caiu no chão, foi transportado para a urgência do hospital da cidade, de onde foi reencaminhado para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Três dias depois faleceu, em consequência do traumatismo craniano grave.
O arguido só veio a ser detido dias depois pela Polícia Judiciária, que de início tinha outros suspeitos, por terem sido vistos na noite do crime com a vítima.
Além da condenação por homicídio qualificado, o arguido incorre no pagamento de uma indemnização de 130 mil euros ao filho da vítima.