Fazer mais com menos… também na Académica

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Luís Santarino

A crise está na ordem do dia. O futebol, como todas as outras modalidades, dizem, vai ter vários problemas nos próximos anos.

Uns dizem que o maior problema vai ser financeiro. Não me admira. Exceção feita aos clubes dirigidos por grandes magnatas para quem euros são tremoços!

Por cá, no fundinho da Europa, começam a aparecer sinais de grande preocupação. Os clubes viveram acima das suas possibilidades, malbarataram milhões de euros e vêem-se agora a braços com passivos enormes a que urge dar solução.

A Académica-OAF não foge à regra. Com um passivo de cerca de 10 milhões de euros e com uma estrutura organizativa débil, poderá a prazo entrar numa fase de difícil gestão.

Todas as intervenções diretivas apontam para esse cenário. É necessário uma enorme contenção de custos, tentando fazer mais com menos dinheiro.

Direi eu então, agora; que pena que este pensamento não tenha sido seguido quando entravam euros “às pazadas” nos cofres da instituição! É o que acontece quando os protagonistas desconhecem a definição de governar.

Governar é prever e prover!

Pois; prever o que poderá acontecer e tomar as devidas providências. Acautelar o futuro. O futuro coletivo e não o futuro individual. Por isso, hoje, no fim de 2011, o passivo é superior ao de 2002. É muito tempo para não se baixar o passivo! Pior; aumentá-lo, em cerca de cinco milhões! O relatório em 2002 foi certificado pelo ROC durante a Comissão de Gestão que já estava em funções, sendo o atual presidente o diretor financeiro.

Sendo que as contas estão todas certinhas, passados que foram quase 10 anos o passivo não baixou, pelo contrário, agravou quase para o dobro!

Parece-me “existir finalmente uma estrutura mental financeira devidamente organizada”, que me deixa de algum modo descansado.

Mas fiquei com algumas dúvidas. Não sei mesmo se estarei a aplicar o vocábulo certo. Eu substituiria talvez, a palavra dúvida, pela palavra desconfiança! Coisas minhas, é certo, mas que me incomodam!

Não pude deixar de ouvir atentamente o presidente. Sem confiança, sem determinação, até sem entusiasmo, pareceu-me um homem sem vontade de levar o mandato até ao fim. Cansado, direi mesmo! Aguentará?

As questões do futsal também ajudam a “deixar marcas”, mas por si só, não justificam a fragilidade da situação.

Desde que “vi um porco a andar de bicicleta” já nada me admira! Por isso, o velho ditado que diz, “cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém”!

Estamos assim – digo estamos, porque me parece que a grande maioria dos cidadãos de Coimbra se revê na sua instituição de futebol profissional – numa situação muito delicada.

A presença na final do Jamor e consequente vitória na Taça de Portugal trará mais confiança e determinação. Mas não chega. Será preciso mais, muito mais, para que a Instituição não sofra um duro revés!

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