Opinião: Governar as coisas simples

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Paulo Júlio

Hoje apetece-me falar de coisas simples. Nas autarquias , há propósitos complexos e estratégicos de desenvolvimento que , nos tempos atuais, são o desiderato e o motivo das principais discussões políticas locais. Atração de investimento, criação de emprego, valorização do património natural, histórico e urbanístico, criação de um ambiente propício à inovação e criatividade, são as prioridades do futuro e, necessariamente, pelouros que deveriam funcionar de forma matricial.
Dando um exemplo, um pelouro como o desenvolvimento económico e atração de investimentos tem de ser transversal a pelouros como as obras particulares, ou seja, têm de se relacionar em matriz e jamais continuarem a ser pelouros completamente independentes. Há estudos sobre esta nova forma de organizar câmaras municipais, e, não tenho dúvidas, que será por aí o futuro. Mas, tal como escrevi no início deste artigo, quem comanda nas autarquias, deve também cuidar das coisas simples.
Dos jardins e espaços verdes, dos passeios e dos arruamentos, da recolha do lixo, enfim da qualidade dos seus espaços públicos. Quando entramos numa cidade cujos espaços verdes e arruamentos se encontram devidamente cuidados , sem ervas, com flores, sem buracos, sentimos que ali alguém que cuida desse espaço como se fosse seu.
Ao contrário, quando saímos de nossa casa, mesmo que esta se encontre nos locais mais caros da cidade , e temos lixo acumulado nos caixotes, ervas nos passeios onde as crianças deveriam brincar, desiludimo-nos e perguntamos porque razão ninguém cuida destas questões tão básicas. Quando saímos e passeamos pela cidade, mesmo nas entradas da cidade, e temos espaços verdes e canteiros centrais cheios de erva e sem os cuidados mínimos, passeios com pedras levantadas, algo deverá estar a correr mal para que exista tanta falta de atenção.
Quem é autarca, tem de se preocupar com esses pequenos pormenores, não julgando que isso é tarefa pequena. Quem assim entender, também tem mecanismos de descentralização dessas competências para as juntas de freguesia, cobrando assim essa responsabilidade. O que não é admissível é que estas situações não sejam definitivamente banidas com ação concreta. Esse é o princípio de base para que tudo o resto possa ser pensado e possa passar a ser verdadeiramente prioridade.
Penso que Coimbra, nestes vários níveis, tem muito a melhorar e, como cidadão, junto-me a todos aqueles que esperam, qualquer que seja o vencedor, que tudo isto melhore , para bem de todos os que aqui vivem e investem.

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