António Menano

Os Estados Unidos da América têm, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, a derrota do fascismo e do nazismo, a saída do conflito de um mundo europeu meio destruído, meio falido e esfomeado, tomado e desempenhado o papel do polícia, mentor, defensor e dono do mundo ocidental.
O capitalismo foi alastrando como miragem e modo de vida vencedora. A União Soviética implodiu, com a ajuda de um papa polaco. A globalização substitui a internacionalização. Foi crescendo, inchando, até que a economia baseada num capitalismo de fábrica, de indústria transformadora, deu lugar à especulação, ao capitalismo financeiro, esfomeado, motor comandante do um mundo onde o número de desempregados, famílias de rendimentos modestos, acabaram, por não poderem pagar casa, o carro, as miragens de um mundo novo.
A história passou a ter de contar com muitos excluídos, com revoltados, a maioria sem saber como fazer ouvir a sua voz, pouco instruídos. Aparece um milionário, a falar alto, rodeado de mulheres bonitas, usando linguagem e gestos chãos. Mercê de um sistema eleitoral complexo, consegue a eleição, embora sem o maior número de votos.
Perdeu o aparelho, o nepotismo, ganhou a outra face da mesma realidade. ”No círculo da sua ação, o verbo cria o que afirma”. Mário Cesa riny de Vasconcelos. Trump talvez viva dentro do que afirma.