O esvaziamento dos centros urbanos, particularmente dos centros históricos, está ligado, na maioria das vezes, às disfuncionalidades do mercado de arrendamento e ao paradigma da casa própria (outrora facilitada pelo acesso ao crédito), em detrimento da reabilitação urbana.
A Figueira da Foz também não escapou a esta tendência, observando-se assim a desertificação do seu centro histórico, transformando indelevelmente o quotidiano da cidade.
Assiste-se ao definhar do comércio local e à animação de rua que este proporciona, com a inconsequente transferência de ofertas comerciais, associadas a novos comportamentos de procura, que se situam agora nas zonas limítrofes da cidade em perímetros periurbanos. A cidade perdeu a sua centralidade e desenvolveu-se para estes novos espaços num formato tipo “mancha de óleo”.
Este crescimento tornou-a numa cidade grande e dispersa e, enquanto cidade, com características estivais. Também a política de expansão urbana, por parte dos especuladores imobiliários, criou zonas de habitação de segunda residência, que fora do período estival permanecem desabitadas! Há que refletir sobre as diferentes opções e as escolhas de políticas feitas ao longo dos últimos 40 anos! Há que conhecer a história local. Sem o conhecimento do passado, jamais se pode projectar o seu futuro!