Opinião: Foram-se os anéis e até alguns dedos!

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Isabel Maranha Cardoso

Já várias vezes chamei à atenção para a importância de clarificarmos que tipo de Estado queremos, quais as funções que este deve prosseguir e quais as que deve deixar à iniciativa privada. Infelizmente foi sem tempo para esta reflexão que o País, apanhado desprevenido e depauperado, teve que vender a “retalho” parte dos seus importantes sectores.

Em pouco mais de dois anos, desde 2011, encaixou-se quase 7 mil milhões de euros em privatizações (5,5 mil milhões haviam sido comprometidos no resgate) através de um programa alargado de alienações. Depois da EDP, REN, ANA, foi a vez dos CTT… a TAP ainda foi salva deste desfecho.

Defendiam neste então, um ambiente de forte liberalismo. Era a era da privatização! Este processo, que passa pela rarefação do papel do Estado e das suas responsabilidades operativas e de execução e por uma maior confiança nas forças da sociedade e da economia, foi o caminho trilhado em nome da muito repetida frase “ineficiência do Estado” e por acharem preferível serem os privados a executar as tarefas que pertenciam ao Estado.

Com critérios cegos e uma teimosia ideológica, foi tudo a eito … mas, esqueceram-se que os Correios são um elemento da proximidade do Estado para muitas pessoas, sobretudo para populações mais envelhecidas ou a viverem em zonas isoladas, sobretudo para aqueles a quem já lhes fecharam o Tribunal, o Centro de Saúde e a Agência da CGD… É que final não se venderam só os anéis!

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