Municípios contestam cortes nos meios de combate a incêndios

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Foto Gonçalo Manuel Martins

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) criticou hoje a redução de verbas para os meios de combate aos incêndios, alertando que “põe em perigo” as vidas e haveres das populações.

“A Associação Nacional de Municípios contesta veementemente esta atitude do Governo em relação aos cortes para os meios aéreos e para os meios de terra, porque, com esta atitude, o Governo põe em perigo as vidas e os haveres das populações”, afirmou o dirigente da ANMP Jaime Soares.

Em declarações à Agência Lusa no termo de uma reunião, hoje em Coimbra, do conselho diretivo da ANMP, na qual o assunto foi discutido, Jaime Soares manifestou preocupação com o aproximar do verão e a eclosão de incêndios.

“Estamos muito preocupados. Como se sabe, os municípios portugueses são os principais apoiantes dos corpos de bombeiros que há em Portugal e fazemos sempre um esforço muito grande nesse sentido, mas não podemos nem devemos entrar em áreas que são de estrita competência do Governo – é o Governo que detém os meios, é o Governo que detém a competência e é o Governo que tem de deixar de ser irresponsável”, salientou o membro do conselho diretivo da ANMP.

Na perspetiva do responsável pela área da proteção civil na ANMP, “o país precisa de estar equipado para fazer face a situações que são sempre muito graves atendendo à geografia dos terrenos” e às alterações atmosféricas e meteorológicas.

“O Governo não pode mais uma vez, como é seu hábito, tentar atirar para cima dos municípios. O Governo é o principal responsável pela floresta e pela proteção civil mas alija responsabilidades, numa tentativa de quem está no terreno é que terá de responder, que são os municípios”, sublinhou.

O presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) admitiu recentemente que os cortes são um facto, na casa dos 20 por cento, com destaque nos meios aéreos usualmente disponibilizados, mas asseverou estarem reunidas as condições para erguer um dispositivo igualmente eficaz este ano.

“É uma situação inaceitável e inacreditável que o Governo levianamente tome estas atitudes e não veja que faz perigar a vida dos nossos filhos, dos nossos netos, da população portuguesa e hipoteca o seu próprio futuro em termos de deixar destruir a floresta e o que ela representa economicamente”, sustentou Jaime Soares, que prevê “cortes muito maiores do que aquilo que está a ser anunciado”.

Entretanto, a Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra voltou a exigir hoje à ANPC informação sobre a quantidade de aeronaves disponíveis para o combate, que tipo de aeronaves e onde vão ficar instaladas.

Quer saber também qual é “o valor do corte financeiro para as equipas de intervenção em terra, onde os bombeiros são os principais protagonistas”, já que os números de que dispõe “apontam para cortes da ordem dos 30 por centro”, sustenta, em comunicado, a Federação, a que preside Jaime Soares.

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