Opinião: Mama Africa

Mama Africa é uma expressão simbólica e afetiva usada para nos referirmos ao continente africano como o “berço da humanidade”, a mãe de todos nós. Também assim se celebra a força, resistência, riqueza cultural e espiritual deste continente e dos seus povos. Em tantas ocasiões, é associada à cantora sul-africana Miriam Makeba, que foi uma das vozes mais importantes contra o “apartheid” e na luta pelos direitos dos africanos.
E é em África – a “mãe de todos os povos” – que escrevo este texto, por razões que se prendem com a minha Mãe e no seu combate atual pela vida. Tal como a África, também a minha Mãe é fonte de sabedoria, de espiritualidade e, neste momento, símbolo de resistência e de luta.
Nos últimos dias, tenho podido compreender melhor o conceito filosófico (Ubuntu): “Eu sou porque nós somos”, isto é, o cuidado mútuo, a partilha e a empatia. Vindos tantas vezes de quem menos tem. Na saúde, aqui nesta Mindelo criola, capitaneados por médicos cubanos de uma dedicação absoluta, onde faltam meios e recursos não escasseia humanidade.
Percebe-se assim (e aqui) porque a solidariedade é um valor essencial. A importância de ser generoso, justo e acolhedor com os outros. Essa generosidade, muitas vezes invisível para o olhar ocidental, é um dos grandes legados desta terra Cabo Verde para o mundo — uma lição de humanidade, solidariedade e conexão verdadeira com o outro.
Onde tudo parecia poder correr mal, até ao momento só há palavras de gratidão. É nesta África donde brotaram mundos que a Mama – a minha! – luta pela vida! Haja esperança!
Eu sou, por nós somos…sem essa regra, que rapidamente se aprende no cheiro da chuva que não chega à terra que a espera para um novo amanhã, é que sabemos que o valor humano transcende á própria humanidade… Força Ricardo, a mamã estará cuidada por tudo o que o “monte cara” representa… Nu sta djunto