Opinião: Carlos César não foi capaz agora… nem nunca!

Não vale a pena escamotear. O Partido Socialista perdeu em toda a linha. Foi derrotado. Mas não aniquilado!
Os rostos da derrota nas legislativas, quererão ser os rostos da derrota nas autárquicas?
Quando foi preciso, o Presidente do Partido Socialista Carlos César demitiu-se das suas responsabilidades. Ao invés de assumir o dever de dirigir o partido até às eleições autárquicas, foi o primeiro a abandonar o barco. Tirou a “água do capote” e aceitou que José Luís Carneiro – o “que perdeu com o que perdeu”! – se assumisse como candidato a candidato sem eleições internas para ser legitimado, com uma nova direcção política.
José Luís Carneiro vai ser eleito Secretário-Geral do Partido Socialista porque deu um passo em frente.
Aqueles que apoiaram entusiasticamente Pedro Nuno Santos, logo “lhe espetaram a faca nas costas”, os que lhe dedicaram os mais rasgados elogios logo o criticaram e vilipendiaram! Na política é assim, dizem, mas, por tal, estamos, o país, abaixo do nível do aceitável!
José Luís Carneiro vai ter de contar com uma direcção política medíocre, incapaz de se reinventar, porque já deu provas, agora como antes, de não estar à altura da história do Partido Socialista.
Por isso dever-se-ia ter constituído um “directório” com socialistas de referência para conduzir o Partido Socialista até às eleições autárquicas.
O Partido Socialista, mesmo perdendo, não pode desistir de lutar por uma sociedade diferente. Não se pode colocar de cócoras perante o poder, qualquer que ele seja e o que signifique. Tem de ser digno do seu passado, dos seus fundadores, dos seus militantes!
O Partido Socialista deverá assumir a derrota eleitoral e mudar, porque se não mudar continuará a perder!
O CHEGA vai, mais tarde ou mais cedo ser o partido mais votado. É necessário que todos tenham consciência disso.
Percebam todos que aqueles senhores deputados nunca serão nem Ministros nem Secretários de Estado. Quando muito, poderão “andar a distribuir papéis de gabinete em gabinete”! Aliás, como a generalidade de boys e girls que poluíram e continuam a poluir os partidos do arco do poder. Adivinhei?
No entanto, percebam também, todos, que na altura própria “alguém” vai dizer ao André Ventura quem vão ser os seus governantes. Será tão só uma “figura decorativa” e, curiosamente, poderá ser dos melhores!
As recentes intervenções de André Ventura – que fofinho que ele está agora tal qual a Senhora Meloni – têm sido apaziguadoras da sociedade portuguesa.
Continua a existir a tentação de tratar o partido CHEGA como um bando de malfeitores. Os seus votantes são cidadãos como quaisquer outros que entenderam modificar o seu sentido de voto.
Quando votavam no PS ou no PSD eram sábios, e agora já não são?
Coimbra cidade, Coimbra concelho, Coimbra Distrito não pode ser tratada como uma vila ou cidade de pequena dimensão. Tratar Coimbra como “uma qualquer” é um insulto a uma memória colectiva, de grandes homens e grandes mulheres que a trataram com carinho e com saber.
Coimbra não poderá ser o “gozo nacional”. Há gente capaz de o não permitir!
Lembra-me a estória do contrabandista que levava um porco enrolado ao pescoço que, ao ser abordado por um guarda fiscal sobre o que transportava respondeu; “ai um bicho”!