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Opinião: “Brasil “sem Natal””

20 de dezembro às 15h39
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moeda brasileira entrou em colapso e foi perdida a confiança na capacidade do governo em fazer face à crise, cada vez mais profunda. O Real desvalorizou este ano mais de 20% em relação ao dólar norte-americano, tanto que esta moeda passou a ser cotada acima de 6 Reais pela primeira vez na história.

Num efeito bola de neve, a dívida pública cresceu de forma alarmante e, esta semana, o Comité de Política Monetária (COPOM) do Banco Central fixou a taxa de juro em 12,25%, anunciando, contudo, que em meados de 2025 pode chegar aos 16,25%, numa tentativa de estancar a hemorragia.

Parece que já “ninguém” acredita que Lula da Silva consiga sanear as contas públicas e conter o défice orçamental anual, que se encontra em 10%. O facto de recentemente ter sido operado de emergência ao cérebro também potenciou (apesar de ele não ter culpa nenhuma) que os investidores entrassem em pânico a estejam a vender “tudo”, refugiando-se em produtos menos turbulentos e a segurarem-se contra um eventual default soberano.

O Congresso brasileiro aprovou as medidas fiscais e orçamentais propostas pelo presidente Lula da Silva, mas alterações de última hora e alguns planos controversos, na conjuntura actual, fizeram disparar os níveis de stress e o nervosismo assumiu a liderança, com efeitos negativos na percepção sobre as capacidades do presidente e do governo. É que, se por um lado foram apresentadas propostas de cortes na despesa, por outro aumentou-se o limite de isenção sobre o rendimento singular e não foram aprovadas medidas de benefícios fiscais destinadas às empresas.

Todo este frenesim decorre numa economia que está a crescer, tal como a generalidade dos salários, e que tem níveis de desemprego a atingir mínimos históricos. Só que infelizmente a política fiscal não parece estar a acompanhar a necessidade de rigor que a pressão inflacionária, que se abate sobre o Brasil, impõe. As pessoas podem não comer taxas de câmbio, mas quanto mais o dólar subir, maior o impacto que tem nos preços de alimentos e combustíveis. De pouco valerá a Lula da Silva dizer que há menos pobres no Brasil, quando o pouco que têm pode não ser suficiente para comprar comida.

Autoria de:

Redação Diário As Beiras

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