Opinião: As novas máscaras do medo e a coragem de mudar
 
                                        
                                    Vivemos tempos estranhos. Não apenas difíceis. Mas estranhos, porque o que antes nos causava indignação agora muitas vezes nos deixa apenas em silêncio. É como se tivéssemos desaprendido a reagir, ou pior, como se já nada nos surpreendesse. O medo voltou, mas com novas máscaras. E com ele, a coragem. Parece contraditório, mas não é.
Há um medo que paralisa, sim. Mas há também a ausência do medo que se transforma em arrogância e abuso. E é essa ausência, essa segurança cínica de que nada lhes acontecerá, que vemos crescer em muitos espaços de poder. Há políticos a tomar decisões que há uma ou duas décadas seriam impensáveis. A violar direitos humanos com a maior das naturalidades. E nada acontece. Não há sanções, nem sociais, nem legais, nem morais. Há silêncio. Ou há ruído, sim, mas sem consequência. Muitas vezes, o que antes era inaceitável tornou-se hábito. Os mecanismos de controlo parecem desativados. Assistimos a uma espécie de flexibilização da ética e da legalidade. Que tipo de sociedade estamos a permitir? O que normalizamos quando deixamos passar, quando nos negamos a agir, quando fazemos de conta que não é connosco?
Esta forma de autoritarismo não está apenas nas grandes decisões. Está também no quotidiano, nas microações, nas pequenas violências. No chefe que humilha, no funcionário que abusa, naquele que falsifica, no sistema que protege quem tem poder e castiga quem o desafia. Estes micropoderes são talvez os mais perigosos, porque nos esvaziam por dentro. Porque nos dizem, todos os dias, que não vale a pena resistir, que é assim mesmo. E assim, o medo deixa de ser reação e passa a ser condição e é aí que a liberdade se desfaz.
Vamos aprendendo, quase sem notar, a aceitar certos abusos como parte do funcionamento normal das coisas. Há quem escolha quem pode falar e quem deve ser ignorado, quem é ‘do bem’ e quem é ‘um problema’. Há ações criadas para excluir, e há silêncios que pesam mais do que palavras. Muitas vezes, quem esteve connosco quando o problema era deles, desaparece quando a luta é nossa. Essas desistências, disfarçadas de sabedoria, apenas fortalecem quem abusa. Porque quando deixamos de acreditar que vale a pena lutar, abrimos caminho para que tudo continue como está, e pior, como se fosse natural!!!!
É preciso dar maior visibilidade ao que temos vindo a assistir em vários cantos, grupos, comunidades, onde as pessoas se juntam e dizem basta. Recuperam o pouco espaço democrático que ainda resta e usam-no. Resistem, protestam, criam alternativas, mostram que não estão adormecidos. E é nesses gestos que reside a esperança. Às vezes, é um gesto simples: um não dito com firmeza, um limite imposto com clareza, uma solidariedade oferecida sem cálculo. São estas pequenas ações, no trabalho, na rua, nos grupos por onde passamos, até dentro de casa, que nos devolvem o fio da coragem. Quando uma pessoa se levanta, outra percebe que também pode. E é nesse movimento que a coragem deixa de ser exceção e se torna partilhada. A coletivização da coragem talvez seja a única saída real que temos. O apoio a quem caminha connosco, o reconhecimento de quem resiste ao lado, mesmo que em silêncio, tudo isso são formas de manter viva a possibilidade de um futuro diferente. Porque a democracia participativa começa no modo como nos posicionamos uns com os outros. No tipo de relações que aceitamos. No que permitimos. No que decidimos já não permitir.
 
                            
 
                 
                 
                 
                
A democracia é uma forma muito ténue de LIBERDADE. Há a necessidade, como diz a Autora, de a alimentarmos e sermos ativos na defesa dos Direitos para garantirmos a Liberdade. É necessário motivações na defesa da Democracia e que devem ser ensinadas mesmo no berço.
A Democracia leva-nos à Liberdade. Mas existe uma fronteira tão ténue, em que se torna necessário alimentar sempre, todos os dias, a democracia para termos as consequências dela. A defesa da democracia na Ordem Mundial, é sem dúvida um pesadelo. Vejamos o egoísmo, como bem refere a Autora. Há que impulsionar valores de liberdade de respeito por todos. Este TODOS, inclui os POVOS. A questão para a resolução, passa mesmo pela indignação e manifestação de todos que querem e lutam pela LIBERDADE.
Obrigado Prof. Dra Fátima Alves.
Cara Peofessora
Aprendi tanto consigo e continuo a aprender
Bem haja