Recordo-me com alegria de em finais dos anos 90 termos sido pioneiros com o serviço Ecovia. Eram bons tempos. Estacionava o carro no parque da Praça Heróis do Ultramar (onde há dias fui vacinado) e seguia confortavelmente para o centro da cidade, conduzido pelo motorista do miniautocarro.

Poucos anos volvidos, os prejuízos rondavam os 300 mil euros anuais (venderam-se 355 mil títulos de viagem em 2005, mas 155 mil foram comprados por utentes que estacionaram os carros nos parques, mas não entraram nos miniautocarros da Ecovia, de acordo com informação dos SMTUC). Havia alargado consenso sobre a falta de procura deste serviço.

Acabou o serviço, mas não o sonho! Em 2019, Coimbra participou no Portugal Smart Cities Summit, o maior evento sobre cidades inteligentes, e anunciou miniautocarros 100% eléctricos para reforçar a frota dos SMTUC da Linha do Centro Histórico.

O sonho com rodas, ao contrário dos que têm asas, não é economicista. Para já, são 630 mil euros em 2 miniautocarros, com uma lotação total de 19 pessoas. Depois, para relançar a Ecovia com serviço de ligação de pontos estratégicos e de grande afluência a parques de estacionamento periféricos, prevê-se um investimento de seis milhões de euros em 5 autocarros e 9 miniautocarros eléctricos.

Para quem não saiba, o serviço já entrou em funcionamento no início de Junho deste ano. No primeiro mês, a Ecovia transportou 130 passageiros, uma média de 4 por dia. Em 2005, transportava cerca de 550 por dia e dava prejuízo. Neste Agosto, e porque a coisa deve piorar, já foi anunciada uma redução horária das Linhas Vermelha e Linha Roxa, bem como a suspensão da Linha Verde.

Mas haja esperança, que em Setembro isto vai (re)tomar, antes mesmo do MetroBus começar a funcionar, pois o que mais parece importar é combater o problema climático, que a todos nos responsabiliza, nem que sejam só “os 4 da Ecovia”. Afinal de contas, há quem defenda que as boas ideias não se devem medir pelos resultados obtidos, independentemente de quanto custam e de quem paga.