Este fim-de-semana realizaram-se eleições em França e na Eslovénia. Todos nós seguimos com enorme atenção as eleições francesas e a reeleição do Presidente Macron mas poucos de nós seguimos com a mesma atenção as eleições eslovenas.
São dois países bastante diferentes, com prioridades politicas, económicas e sectoriais bastante distintas, mas importa verificar que em ambos os casos, o projecto politico europeu acabou por estar no centro do debate. Enquanto que em França o Presidente Macron chegou mesmo a anunciar que estas eleições seriam um referendo à Europa, obrigando Marine Le Pen a abandonar a ideia de saída da União Europeia, na Eslovénia, o novo partido que venceu as eleições fez uma campanha a favor do projecto europeu, ao contrário do actual Primeiro-Ministro Janez Janša que regularmente era visto como bastante critico.
Importa assim sublinhar que ao inverso de outras épocas, entendo que a Europa já não é vista como prejudicial às discussões politicas existentes nos mais diversos países, podendo inclusivamente a sua defesa ser uma vantagem politica.
Este facto verifica-se sobretudo pela forte posição de centralidade que a Europa assumiu no combate à pandemia do COVID-19, ou mais recentemente pela forte reacção das autoridades europeias à invasão da Ucrânia pela Rússia, demonstrando-se igualmente que apenas de forma conjunta e assertiva a Europa ganha peso politico e consegue fazer face a outros blocos regionais.
Em suma, a Europa quando age e actua de forma una acaba por assumir uma importância preponderante na vida dos cidadãos, das empresas e da nossa sociedade. Quando assume esta preponderância acaba por ser um factor positivo, dinamizador e impulsionante na vida politica dos Estados-Membros, sendo assim extremamente positivo que o projecto europeu seja mais debatido e analisado nos anos vindouros.