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Coimbra

Exposição do ciclo Dar a Ouvir convida a “uma escuta mais profunda” em Coimbra

17 de julho às 14 h19
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O ciclo Dar a Ouvir começa na sexta-feira, em Coimbra, numa edição que tem como destaque a exposição “Três Campos”, onde a dupla Pedro Tudela e Miguel Carvalhais convidam a “uma escuta mais profunda”, conduzida pelo tempo.

O Dar a Ouvir terá lugar no Convento São Francisco (CSF), na margem esquerda do rio Mondego, com um conjunto de propostas, sendo a “Três Campos” o grande destaque da edição, criação que apresenta como fio condutor “o tempo”.

“A escuta profunda permite-nos perceber uma série de coisas, de espaço, de profundidade, de tempo”, conceito que será associado às três instalações preparadas pelos artistas, revelou hoje a dupla, em declarações ao jornalista, numa visita guiada pela exposição.

“Temos um espaço trabalhado em alguns elementos, que ajuda a desenvolver essa escuta, porque ao reduzirmos estímulos visuais, abrimos a capacidade das pessoas poderem focar na audição”, acrescentaram.

Pedro Tudela e Miguel Carvalhais, que celebram 25 anos de colaboração, instrumentaram três salas do CSF, criando um espaço com espelhos e luzes, onde o som é projetado de mais de um ângulo, e outro onde está mais assente a ideia do som figurado “como toque”, em combinação com luzes, refletidas numa espécie de telão.

Outra sala conta com uma estrutura central, que dispara sons mais graves para cima, cercada por colunas que produzem uma corrente sonora circular.

Este último trabalho foi criado em 2022, para um espaço de Aveiro, tendo sofrido uma “transformação radical” para se adaptar ao novo local, com adição de luzes, que criam uma repetição de formas triangulares.

As salas, com poucos estímulos visuais, permitem “ouvir estas peças de outra forma e depois, eventualmente, transpomos isso para outras experiências lá de fora”, refletiram.

Segundo a dupla de artistas, os sons reproduzidos são naturais, como o sonido de pedras, enquanto outros são sintéticos, num ambiente que explora sonoridades reconhecíveis e outras passíveis de criar ambiguidade, pela não identificação imediata.

Transversal às três instalações, está a ideia de tempo, um conceito “inevitavelmente associado” ao som.

A 9.ª edição do ciclo Dar a Ouvir, que se centra nas artes sonoras e nas práticas artísticas que trabalham o som e a escuta, conta com um conjunto de propostas que “desafiam os limites da escuta humana”, afirmou a Câmara de Coimbra, que, através do CSF, coorganiza o evento juntamente com o Jazz ao Centro Clube.

O ciclo decorre até 31 de agosto.

O chefe da Divisão do Convento São Francisco, Filipe Carvalho, e a diretora do Departamento de Cultura e Turismo da Câmara Municipal de Coimbra, Maria Carlos Pêgo, presentes na visita guiada, revelaram, em resposta aos jornalistas, que o programa cultural “CEM Portas” irá contar, pela primeira vez, com um baile.

“Este será um dos momentos altos” do evento, que terá música ao vivo e vai decorrer nos claustros do CSF, na primeira noite do evento, agendado para os dias 29, 30 e 31 de agosto.

Apesar de adiantarem que a programação será revelada no futuro, destacaram que “a estrutura mantém-se”, com cineconcerto, espetáculos para as crianças e famílias e apresentações musicais.

Autoria de:

Agência Lusa

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