Corrente de pó e lama desde o Natal

“Quando chove, isto fica um lamaçal; quando não chove, é uma poeirada que não se aguenta”. O desabafo da dona do café e mini-mercado da Corrente diz tudo. Basta ver o aspeto esbranquiçado que o pó calcárico espalha nas varandas, nos carros estacionados, nas sebes, na esplanada…
A estrada é um caso raro. Do lado norte, é freguesia de Eiras e S. Paulo de Frades. Do lado sul, é Olivais. Nenhum dos lados tem passeios. E ainda há um estrangulamento, na Corrente, que obriga à passagem alternada de veículos.
É ali que “nasceu” uma galeria subterrânea para cabos elétricos – a tal que obrigou a rasgar a faixa da direita, no sentido ascendente, em pouco mais de uma centena de metros,.
Mais acima, o rasgo na estrada acompanha a cortada para a Rua do Freixo e está por pavimentar. Três vezes por dia, Isabel Valença e Elsa Martins chegam na carrinha do Centro Social de S. Paulo de Frades para apoio domiciliário a idosos e têm de fazer parte do caminho a pé. “Se chove, é só lama rua abaixo; se não chove, a gente fica cheia de pó”, lamentam.
Acabadas as (demoradas) obras, a EDP deveria ter começado a repavimentar a meia faixa de rodagem que esventrou. Mas não começou, pois “entendeu-se” com a Câmara de Coimbra que tem em carteira a pavimentação de toda a estrada, desde a circular externa até à zona da farmácia de Lordemão – onde, curiosamente, a Águas de Coimbra tem obra em curso.
Para esta repavimentação global, é preciso cortar trânsito, pelo que os SMTUC têm de concordar. O parecer há de chegar hoje, admite o presidente da Junta de Eiras e S. Paulo de Frades. Para a semana chega o alcatrão.