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Coimbra: Solar “des” Kapängas mudou o nome para incluir “todes”, mas não agrada a toda a gente

03 de julho às 08 h23
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DB/Foto de Pedro Ramos

Aberta desde 1958, a casa comunitária Solar dos Kapängas é uma das duas situadas na freguesia de Santo António dos Olivais, e a mais afastada do Polo 1 da Universidade de Coimbra.

Fundado no n.º 4 da rua da Mãozinha, por estudantes maioritariamente oriundos de Pombal, o solar desde sempre não fez distinção sobre a instituição de origem dos estudantes do ensino superior, quer da Universidade de Coimbra quer dos institutos politécnicos, sendo que, antes da revolução de 25 de Abril de 1974, era também comum haver residentes que estivessem nos anos terminais do liceu.

Desde o início da sua história, a Associação Solar dos Kapängas distingue-se pela sua participação na vida política coimbrã, promovendo e apoiando atividades de vários tipos, ligadas à universidade e ao espetro mais amplo de questões sociais da cidade.

A história de 66 anos teve mais um capítulo em 2019, quando os residentes da altura decidiram mudar o nome para Solar des Kapängas. A mudança teve que ver com a linguagem inclusiva de género. A alteração passou despercebida à sociedade em geral.

Atualmente a casa de estudantes é habitada por três jovens, que explicaram os motivos dos repúblicos da altura.

“Nós tivemos contacto com as pessoas que fizeram a mudança, mas não fizemos muitas perguntas porque para nós parece-nos lógico esta mudança”, clarificou Ana Reis, estudante de Sociologia que vive há mais de dois anos na casa, frisando que a questão de género era e é relevante para os residentes.

“Uma mudança de nome teve que passar pelo Conselho de Repúblicas. O que sabemos é que para as pessoas que viviam aqui era muito importante a questão de identidade de género e da autodeterminação de género”, frisou.

Para Ana, há “uma resistência à mudança” no seio das repúblicas de estudantes, salientando que a maioria das repúblicas têm “nomes e o histórico hétero e machista”, profetizando: “Se não houver mudanças, as repúblicas vão acabar por se extinguir de alguma forma”.

Pode ler a reportagem completa na edição impressa e digital do dia 03/07/2024 do DIÁRIO AS BEIRAS

Autoria de:

António Cerca Martins

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