Coimbra: Pais e alunos protestaram contra uso exclusivo dos manuais digitais
 DB/Foto de Ana Catarina Ferreira
                                        DB/Foto de Ana Catarina Ferreira
                                    “Menos ecrãs, mais vida” e “manuais digitais nunca mais” foram as frases mais entoadas por cerca de quatro dezenas de encarregados de educação e alunos que se concentraram, ontem, à entrada da Escola Básica 2,3 Martim de Freitas contra o uso exclusivo de manuais digitais.
No gradeamento da escola foi também colocada uma tarja pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), que se juntou ao protesto, na qual se podia ler “manuais digitais como complemento, nada mais”.
Nesta ocasião, o coordenador nacional doSTOP, André Pestana, sublinhou que esta é uma escola onde os alunos estão sujeitos à utilização exclusiva de manuais digitais, no âmbito de um projeto-piloto, que “está a privar estas crianças de poderem ter manuais em papel”.
“É algo que não se compreende, porque todos os dados indicam que os pais não estão satisfeitos, os professores não estão satisfeitos e todos os países, nomeadamente europeus como a Finlândia e a Suécia, que tinham avançado com isso há anos, recuaram e estão a reintroduzir novamente os manuais em papel”, alegou.
André Pestana disse que esta é uma medida que não se compreende, pois ao nível da saúde e ao nível pedagógico “é contraditória” e “os próprios alunos, pais e professores estão insatisfeitos”.
“Por isso, só por outras razões, eventualmente económicas e de negócio, mas que não são os interesses destas crianças e destas comunidades educativas, que têm o direito de exigir acesso aos manuais em papel, que todos os estudos indicam que em, termos pedagógicos e de saúde, são mais favoráveis para a aprendizagem e para a saúde das nossas crianças”, referiu.
O coordenador do Stop aludiu ainda a estudos da área da pedopsiquiatria, que indicam que estes alunos deviam estar no máximo duas horas por dia à frente de ecrãs.
Petição quer fim do projeto-piloto
Já a representante dos pais, Catarina Alarcão, explicou à Lusa que 655 encarregados de educação assinaram uma petição, onde dão conta do seu descontentamento com este projeto de uso exclusivo de manuais digitais.
“A minha filha faz parte da turma piloto que começou em 2021 e não nos foi dada oportunidade de dizer se queríamos que os nossos filhos integrassem o projeto ou não”, afirmou.
Para a encarregada de educação, o ministério deveria assegurar que a escola tem equipamentos e infraestruturas capazes de implementar o projeto.
“Os computadores não têm qualidade, não conseguem descarregar os manuais offline’e os alunos para os consultarem têm de estar online. A internet da escola não aguenta, em casa são fraquíssimas, os computadores não têm qualquer tipo de filtro e vão e vêm todos os dias para casa às costas dos alunos”, contou.
Pode ler a notícia completa na edição impressa e digital do dia 03/12/2024 do DIÁRIO AS BEIRAS
 
                            
 
                 
                 
                