“A ESEC quer afirmar-se como espaço de conhecimento e cidadania”
DB/Foto de Pedro Filipe Ramos
Os resultados da ESEC no concurso nacional de acesso ao ensino superior foram satisfatórios, tendo em conta o panorama nacional?
Os resultados foram, no conjunto, positivos, sobretudo tendo em conta o contexto desafiante que o ensino superior público enfrenta atualmente. Os nossos cursos mantiveram níveis de procura elevados e a ESEC continua a afirmar-se como uma escola atrativa, socialmente relevante e com reconhecimento consolidado na sua área de intervenção.
Contudo, os resultados revelam também sinais de alerta, particularmente no que respeita aos cursos pós-laborais, onde se verifica um desequilíbrio entre o número de estudantes, o custo real das formações e o financiamento público disponível. Ignorar essa realidade seria um erro. É fundamental que a ESEC continue a ajustar a sua oferta formativa à evolução social e demográfica, garantindo o cumprimento da sua missão pública enquanto instituição de ensino superior, mas também a sustentabilidade financeira dos seus cursos.
Tem sido possível aumentar os indicadores de investigação da ESEC?
O último ano foi, particularmente, relevante nesse domínio: os dois centros de investigação que integram a maioria dos docentes e investigadores da ESEC – o inED e o SPRINT – obtiveram a classificação de “Muito Bom” na avaliação feita pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
Essa avaliação positiva reforça a nossa capacidade de participar em redes e projetos de investigação competitivos, bem como de captar financiamento específico. Além disso, foi determinante para que a ESEC pudesse apresentar à A3ES propostas de doutoramento, o que representa um marco histórico no seu percurso académico e científico.
Como é que a ESEC está a aproveitar a oportunidade de poder abrir doutoramentos?
Com consciência da sua importância estratégica, mas também com ambição realista e responsabilidade institucional. Quando defendemos, no passado, que as escolas politécnicas deveriam poder outorgar o grau de doutor, fizemo-lo convictos de que os doutoramentos são a base de uma produção científica robusta e um fator essencial de acesso a programas de financiamento competitivo, dos quais o ensino politécnico esteve durante demasiado tempo afastado por razões meramente administrativas e corporativas.
Hoje, a ESEC está envolvida em duas propostas de doutoramento: uma na área do Desporto, já submetida à A3ES, e outra na área da Educação, cuja submissão está prevista para o início de 2026. Ambas resultam da consolidação científica alcançada pelos nossos centros de investigação e são desenvolvidas em associação com outras escolas do ensino politécnico. Não se trata apenas de criar novos ciclos de estudos, mas de afirmar a ESEC como instituição com capacidade para produzir conhecimento avançado, no quadro do ensino politécnico.
É um passo que reforça a nossa identidade, valoriza os nossos docentes e investigadores e alarga as oportunidades de formação avançada para diplomados e para a comunidade académica em geral, contribuindo para o desenvolvimento económico e social da região e do país.
Pode ler a entrevista completa na edição impressa e digital de hoje (03/11/2025) do DIÁRIO AS BEIRAS

