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Agenda europeia para a Economia Colaborativa

03 de novembro às 11 h32
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A economia colaborativa traduz-se na prática na utilização da tecnologia para facilitar a disponibilização de ativos entre duas ou mais partes com o intuito de extrair valor dos ativos subutilizados. As transações são oferecidas por meio de uma plataforma de partilha, marketplace ou um aplicativo peer-to-peer, através dos quais cada indivíduo está conectado em rede, assumindo em simultâneo o papel do cliente e do fornecedor.

Numa economia colaborativa observam-se vantagens e desvantagens, que se podem sintetizar nas seguintes facetas: diminuição das despesas, melhoria da produtividade a quem oferecer o melhor produto ou serviço, proporcionar networking mais abrangente, menor património físico e uma margem de lucro menor. Por sua vez, o sucesso deste modelo está ligado a três pilares fundamentais: elemento social, económico e tecnológico.

O primeiro está associado ao aumento da densidade populacional nas cidades de todo o mundo, o fator que impulsiona uma nova cultura empresarial assente na sustentabilidade empresarial, que apela e estimula o desenvolvimento de um senso de comunidade e altruísmo. O segundo, por sua vez, está ligado aos produtos em inventário que sobram ou geram prejuízo. De facto, por intermédio de economia colaborativa prioriza-se o acesso a esses produtos, reduzindo o desperdício e a acumulação de bens físicos.

Por fim, o elemento tecnológico é considerado preponderante no acesso às redes sociais, ao uso de dispositivos, plataformas móveis e sistemas de pagamento online. O crowdfunding e o coworking são exemplos de economia colaborativa. O primeiro consiste na captação de recursos para benefícios coletivos por meio da agregação de múltiplas fontes de financiamento. Por sua vez, o coworking é um espaço físico disponível para quem procura um escritório. Todavia, nem todas as opções, anteriormente apresentadas, estão no mercado digital.

O termo Collaborative Economy teve como pioneiro Felson e Spaeth (1978), autores que consideram como eixo desta economia “aqueles eventos em que uma ou mais pessoas consomem bens ou serviços económicos dentro do processo de participação de atividades conjuntas com uma ou mais pessoas”.

A agenda europeia para a economia colaborativa (COM/2016/0396 final) refere-se aos modelos empresariais no âmbito dos quais as atividades são facilitadas por plataformas colaborativas que impulsionam um mercado aberto para a utilização temporária de bens ou serviços, frequentemente prestados por particulares. Este tipo de economia, como foi anteriormente referido, tem por base plataformas digitais e constitui um dos elementos característicos do século XXI.

Assume múltiplas designações, tais como: sharing economy, platform economy, peer platform markets, crowd-based capitalism, crowwork, gig economy, etc. Independentemente da designação, trata-se de uma prática, que apela ao senso comum para viabilizar a racionalização dos bens e serviços pela partilha dos mesmos que de outra maneira seriam desaproveitados. O conceito tem ainda implícita a ideia de sustentabilidade ambiental e reaproveitamento dos recursos.

 

Autoria de:

Marques de Almeida

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