“DB-Pedro Ramos”

Surpresa no Calhabé, com João Carlos Pereira a apostar no sistema da moda, com uma linha defensiva de três. Surpresa maior com a escolha de Fábio Vianna para central esquerdo, com adiantamento de João Lucas para uma espécie de médio centro discreto.

Atrás, a Briosa opta por construir a partir da área, quase sempre bem. Para a frente é que é difícil. Ainda assim, protagoniza aguns movimentos rápidos de ataque, mas sem perigo.

As dificuldades na movimentação atacante não disfarçam, porém, o problema maior da Académica, que é o processo defensivo.

E não é apenas um problema da defesa – embora os vários quartetos tenham, invariavelmente, deixado a desejar. O problema é mesmo do processo, que resiste à necessidade imperiosa de reforçar linhas e de encurtar espaços atrás. O defeito já se notava com Borges mas a verdade é que, com Pereira, parece ter piorado.

A Académica permite em demasia o jogo “mastigado” do Porto. Não obstante, na primeira meia hora, consegue manter o adversário pouco mais do que “encostado” à área. Mas o “convite” à exploração dos buracos a meio estava feito e os rapazes do norte aproveitaram, primeiro com um chuto “venenoso”, ao poste, do filho do treinador Folha (bom jogador, o Bernardo), e depois com o golo.

O golo nasce num mau alívio da defesa de Coimbra, proporcionando a Mo Ndiaye um soberbo pontapé, forte e muito colocado, que não dá hipóteses.

A desvantagem cala a bancada mas parece despertar, na equipa, algo que, nos últimos tempos, tem estado estranhamente ausente: a garra e a vontade de ganhar bolas divididas.

E, cinco minutos depois, a atitude “casa-se” com a qualidade, numa excelente movimentação de ataque. Tudo começa num roubo de bola, “na raça”, por parte de Fatai. Depois… bem, depois o que se vê é uma espécie de carrossel de triangulações dentro da área, envolvendo também Traquina e Toro, culminando num passe de morte de Mimito para João Carlos que não perdoa.

Pode ler a notícia completa na edição impressa e digital do DIÁRIO AS BEIRAS de 19/11/2021