Opinião: Desconfinar a esperança

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De acordo com os dados em Portugal da passada 5.ª feira, estava vacinada com uma dose 8,4% da população (principalmente os idosos com mais de 80 anos, mais de 53% deste total) e com a vacina completa 3,4%, sendo que, segundo os modelos mais conservadores, a imunidade de grupo atinge-se quando 7 em cada 10 pessoas estiverem completamente vacinadas – o que se espera conseguir, quer ao nível europeu quer ao português, no final do verão.
Verificamos, no entanto, que nas faixas etárias 18-24 anos ( 2,3%), 25-49 anos ( 5,8%) e 50-64 anos ( 9,7%), a percentagem dos que tomaram apenas uma dose é muito baixa. E que é cada vez mais evidente que a União Europeia se atrasou relativamente a outros espaços geográficos e políticos (Israel, 110, Emirados Árabes Unidos, 69, Chile e Reino Unido, 40, EUA, 34, Sérvia, 31 e Malta, 30, por exemplo, enquanto em Portugal temos 12 doses inoculadas por 100 habitantes) e que está a vacinar a diferentes velocidades, apesar de, supostamente, a distribuição das doses ser proporcional ao número de habitantes de cada país.
E ainda, que o cenário criado na semana passada com a desconfiança relativamente à vacina da AstraZeneca veio provar que, infelizmente, afinal o mundo está igual ou pior do que antes do Covid-19, ao ponto de se ter atrasado a vacinação em vários países – Portugal incluído – porque a Agência Europeia do Medicamento recebeu informação de 30 (ou 37 ) casos de problemas de episódios de tromboembolismos identificados em 5 (ou 17 ) milhões de pessoas vacinadas, sem se ter provado qualquer relação causa-efeito.
Assim, tendo em conta este cenário pandémico, mas também a necessidade de se cuidar da urgente recuperação económica, concordo globalmente com o calendário do desconfinamento português, sobretudo porque é um processo gradual, porque prevê antecipadamente que estará sujeito a apreciação quinzenal em função da avaliação do risco da pandemia, e que continua a contemplar o dever geral de confinamento, até à Páscoa. Só falta mesmo, agora, desconfinar a esperança, porque trabalho há muito pela frente!…

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