A polémica sobre o racismo e o não racismo não passa de uma “não” polémica/problema, apenas alimentado por alguma gente que já tem idade para ter juízo.
Decididamente não aprecio o Deputado André Ventura. Decididamente, só tem importância, por incompetência da democracia e de alguns dos seus agentes. Agentes esses, governantes e decisores que, por efeito de má governação e má gestão interpessoal, deram azo ao seu aparecimento. Aliás, como também ao aparecimento da Deputada Joacine Moreira.
Não resisto a escrever sobre isto, porque as causas são muito profundas e complexas.
A escola nunca foi capaz – e agora pior – de dar resposta aos problemas da sociedade. Sim, da sociedade, porque os jovens de antanho são os decisores de hoje.
Não gosto de generalizar mas, se o ME/Escola tivesse dado mais atenção e importância aos jovens e famílias e não andasse sempre às voltas com novas e inúteis reformas educativas, que de educativas têm pouco ou mesmo nada, POR COMPLETAMENTE DESAJUSTADAS DA REALIDADE, muitos dos problemas que a sociedade portuguesa enferma, não existiriam.
O desporto é um factor decisivo, determinante, para obviar aos desvios da sociedade e o aparecimento de “coisas” que não deveriam existir nem no imaginário, quanto mais na prática diária.
Ora, quando em Portugal e na Europa dão importância a meia dúzia de energúmenos que chamam preto a um jogador de futebol, parando até os jogos, prejudicando milhares de cidadãos que desejam tão só assistir a um espectáculo desportivo, não podem esperar outra coisa senão o agudizar de conflitos. Portugal e a Europa continuam a ter um nefasto papel na formação de jovens e agentes desportivos.
O desporto e a sua prática fazem o dia-a-dia da formação ética dos nossos jovens.
Se, porventura, e por ventura, Portugal desse mais importância ao Desporto Escolar, e não se malbaratassem cerca de 30 milhões de euros, escrevi bem, 30 milhões de euros para coisa nenhuma;
Se, porventura, e por ventura, a Escola/ME criasse condições para aquilo a que chamam “integração”, fosse uma prática diária no respeito pela diferença e na educação dos nossos jovens;
Se, porventura, e por ventura, os alunos, ao invés de estarem atafulhados de “trabalhos de casa”, os chamados TPC’s, tivessem tempo para brincar e estivessem motivados e estimulados para a prática desportiva nos clubes desportivos das suas localidades.
Se, porventura, e por ventura, a Escola/ME respeitasse a individualidade do cidadão, Aluno, Professor e Funcionário, e assinalasse sempre, mas mesmo sempre, os actos de violência gratuita, interna e externa;
Se porventura, e por ventura, a Escola/ME percebesse que existe mais vida para além das quatro paredes, onde muitas vezes se escondem frustrações e desequilíbrios;
Se porventura, e por ventura, soubessem, por exemplo, que a capitã da Selecção Nacional Feminina de Basquetebol, Sofia Carolina Silva, é negra e natural de Coimbra;
Se porventura, e por ventura, soubessem que é uma excelente pessoa e a família tem raízes na Guiné Bissau, País pelo qual eu tenho um enorme respeito, amizade e amigos do peito;
Se porventura, e por ventura, os sucessivos governos tivessem tido Ministros da Educação e Secretários de Estado do Desporto com competência para a prática governativa;
Perceberiam, todos, que a Senhora deputada Joacine, aqui, em Portugal, não representa a cultura, a solidariedade, a amizade profunda que nutrimos uns pelos outros. Calhando, ela nunca assistiu ao “arreô, arreô… não fará a mínima ideia do que isso é representa.
Eu tenho um imenso respeito pela história do meu País. Exijo o mesmo respeito dos outros. De todos. Sem excepção.
Não esqueço ninguém. E muito menos os meus camaradas de armas que deixaram a vida numa guerra que não desejavam.
Tenho muito respeito pelos combatentes das ex-colónias que lutaram pela sua independência, da mesma forma, a maior parte imbuídos de um enorme espírito patriótico. E que agora, como antes, lamentavelmente, passam dias de muitas agruras.
A minha Pátria, para além da Língua Portuguesa… é até onde o mar alcança!
Ventura e Joacine só são notícia porque a democracia e os seus valores foram “assaltados”.
Comece a Escola a dar o exemplo, tenha continuidade nas autarquias, porque para o resto estamos cá nós… os cidadãos!
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