De forma algo surpreendente, o novo líder do PSD escolheu a demografia (e o envelhecimento da população) como uma das prioridades políticas do partido para o futuro próximo. No discurso final do Congresso voltou a lembrar um país que é dos mais envelhecidos do mundo, onde o número médio de filhos por mulher (1,36) é hoje menos de metade do que era há 50 anos atrás e onde o número de idosos é praticamente o dobro do de jovens. E onde o número daqueles que estão em idade ativa terá cada vez menos peso no total da população.

As consequências são conhecidas: menos pessoas para trabalhar e criar riqueza, mais pessoas a quem prestar assistência (nos equipamentos sociais, hospitais ou no domicílio), menos crianças no sistema educativo…Mas haverá outros efeitos não quantificáveis: menos energia e inspiração nas sociedades, menos criatividade e arrojo, menos inovação e capacidade de renovação.

Se esta é a situação nacional (dentro duma Europa envelhecida), a Figueira da Foz acompanha, infelizmente, essa tendência. Um estudo publicado em 2015 pela Câmara Municipal dizia que até 2031 a Figueira pode perder 14% da população (cerca de 8.500 residentes). Isto, se não se fizer nada para atrair e fixar pessoas. Vale a pena pensar quantas empresas se instalaram entretanto, quantos empregos foram criados, ou que esforço adicional foi feito pelo executivo para encorajar tais processos. Sim, a iniciativa é privada, mas o interesse é de todos nós.